quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

As forças que regem a vida

Existem três fatores que circundam a vida do ser humano: o mero acaso, o destino e as conseqüências.

O acaso tem a ver com os acontecimentos totalmente aleatórios, mais ou menos relevantes, que ocorrem em nosso cotidiano. Não os traçamos nem são ditados por nada ou ninguém. Podem influenciar nossos rumos, ainda que provisoriamente e mesmo a despeito de nossa vontade, nos abrir oportunidades ou não representar absolutamente nada de relevante.

Do destino, ocupam-se inteligências superiores, que, vez por outra, movem as peças do tabuleiro para nos criar certas oportunidades. Como é dito, oportunidades não se perdem: ou as agarramos, ou outros as agarram; portanto, o que faremos com os instrumentos que nos são postos à disposição está no âmbito de nosso livre arbítrio, isto é, as forças do destino apenas nos põem diante de determinadas situações, cabendo a cada um de nós reconhecer e decidir sobre o que fazer com as oportunidades que daí advêm.

As conseqüências, por seu turno, podem resultar de fatos da natureza, de terceiros ou próprios. Nas duas primeiras categorias (fatos da natureza e de terceiros), nosso livre arbítrio encontra-se mais rarefeito, mas, ainda assim, a natureza do aspirante à Rosa+Cruz o impelirá a exercer sua capacidade de observação para identificar oportunidades de engrandecimento, empoderamento e, sobretudo, de Serviço à Grande Obra.

Já os atos próprios nos chamam totalmente à responsabilidade. Afinal, não só estão diretamente vinculados ao exercício do nosso livre arbítrio, como têm o condão de refletir, de modo mais ou menos intenso, na vida alheia. Mesmo diante do mero acaso ou do destino, o Rosa+Cruz reconhece a responsabilidade ínsita a cada ato próprio, a cada escolha que faz, a cada palavra que profere. Servidor do Altíssimo, reconhece a Sombra das Asas que estão acima de si e propõe-se a transformar não apenas o Chumbo, mas até mesmo o Lodo, em Ouro e Luz espirituais, que potencialmente beneficiarão a si, aos que estão ao seu redor e à humanidade em geral.

A Fraternitas Rosicruciana Antiqua e sua influência telêmica


Conversando com um Irmão R+C acerca da natureza de algumas sociedades que se apresentam sob a denominação "Rosa Cruz", ressurgiu a velha questão: a Fraternitas Rosicruciana Antiqua é uma organização telêmica?

A ocasião não era propícia para uma exposição mais alongada, mas, por tratar-se de um assunto recorrente, certamente haverá novas oportunidades para debatermos sobre o tema.

Por ora, resolvi deixar aqui um resumo do entendimento que me resulta da vivência pregressa na FRA de Krumm-Heller, assim como na O.T.O. e na A.'.A.'. de Crowley:

(I) Se se pensa na literalidade de Thelema ("Vontade"), a FRA, como qualquer outra organização de cariz iniciático, é uma fraternidade telêmica. Afinal, não se pode prescindir da vontade no caminho da espiritualidade.

(II) Se, por outro lado, se pensa em Thelema como o sistema filosófico/mágico/religioso proposto por Aleister Crowley - dotado de elementos operativos, doutrinários e filosóficos de identidade própria, então a resposta não é tão linear. Senão, vejamos:

a - nenhum exercício prescrito por Crowley integra o currículo operativo da FRA, nem figura a doutrina telêmica em sua grade de estudos oficial.

b - Nenhum dos rituais formulados por Aleister Crowley é adotado em sua integralidade pela Fraternitas Rosicruciana Antiqua. Porém, aqueles que já tiveram a oportunidade de participar dos rituais de congregação da FRA, certamente perceberão a forte inspiração de dois deles em escritos de Crowley, notadamente Liber CCXX e Liber XV (o terceiro ritual é de antiquíssima origem greco-egípcia). A conhecida admoestação de Krumm-Heller, no sentido de que "tereis de dar conta de todos os vossos atos", em seguida do "Faz o que tu queres", é, em termos puramente iniciáticos, desnecessária. Afinal, quando se está a realizar e Verdadeira e Divina Vontade (Thelema), não há Carma a se temer.
Em diferentes passagens, Crowley cuidou de deixar claro que "Faz o que tu queres" não significa "Faz o que te agrada". Logo, a admoestação do Mestre Huiracocha, ou é sinal de um entendimento superficial da mensagem telêmica, ou expressa um excesso de zelo com a natural superficialidade dos membros recém-iniciados.
De uma forma ou de outra, isto não revela qualquer incompatibilidade da FRA em relação a Thelema, cabendo relembrar que, quando da elaboração dos Rituais pelo Mestre Huiracocha, o Novo Aeon ainda era bastante incipiente.

c - a magia sexual ritualística não é um elemento central no caminho proposto pela FRA, que se difere sensivelmente da vertente proposta por Crowley. Sem me alongar, posso afirmar que a utilização da energia sexual no sistema de Krumm-Heller guarda semelhanças com alguns sistemas orientais de "Alquimia Interna", compreendendo, ainda, o conhecimento e a aplicação dos biorritmos e dos tatwas. Krumm-Heller propunha um caminho monogâmico, passível de ser plenamente percorrido, independentemente do gênero do praticante, recomendando que se evitasse o que entendia como desperdício da energia sexual (o desperdício não vem do desuso, mas sim do mau uso).
No entanto, no final de sua vida, Krumm-Heller começou a delinear um curso de Magia Sexual, chegando a ter feito anotações sobre o texto-base da famosa obra "Magia Sexualis", atribuída a P. B. Randolph.  Sem dúvida, essa obra serviu de inspiração para a composição das ideias sobre magia sexual propagadas pela antiga (e extinta) O.T.O. e absorvidas por Crowley.
Aqui, cabe mencionar que o Capítulo XII da Novela Rosacruz faz referência aos manuscritos da Irmandade Hermética da Luz sobre o tema - textos sabidamente influenciados/escritos por Randolph e postos à base de escolas como a OTO de Theodor Reuss e o Collegium Pansophicum de Heinrich Tränker.
Logo, é correto afirmar que o Mestre Huiracocha reservava para o nível mais avançado da FRA a revelação de "segredos" (hoje, não mais tão secretos) de magia sexual, bem mais próximos do sistema do Mestre Therion do que a orientação inicial dada em seus livros, revistas e cursos.
Essa preocupação com a exposição reservada desses "segredos" pode ser facilmente explicada pela proximidade que o Dr. Krumm-Heller mantinha, também, com o Dr. Ernst C.H. Peithman (Basilides), fundador da Igreja Gnóstica de Eleusis - o qual repudiava publicamente as ideias de Crowley. Ao pretender-se sucessor de Peithman, Krumm-Heller obviamente não poderia reconhecer abertamente a validade das ideias sobre Magia Sexual que inspiravam e eram defendidas por Crowley.
Os que têm acesso às notas finais do Mestre Huiracocha saberão que a compatibilização dessas técnicas, a princípio tão distintas, se dá pela aplicação do que ele chamava de "sexualidade científica", isto é, pela utilização de um ou outro método de acordo com os biorritmos do praticante.

Como se vê, não há nada que permita desprezar a influência de Crowley sobre Krumm-Heller, que o considerava um verdadeiro Mestre, ao lado de Papus, Levi, Reuss, Hartman, Tränker e Peithman, por exemplo. Tal influência é inegável para qualquer membro do círculo interno da FRA e dá a esta um sabor próprio e especial, que a distingue das demais sociedades rosicrucianas. A insistente tentativa de criar uma barreira em relação a Thelema, além de artificial, tem sido causa de visíveis distúrbios intelectuais e energéticos entre os membros da Fraternidade.
O que se deve ter em mente é que a FRA se vale da leitura peculiar dada a Thelema pelo Doutor Krumm-Heller - ele próprio um Mestre de grande estatura espiritual, que soube enxergar a necessidade de adaptação dos sistemas iniciáticos vigentes em sua época às premissas do Novo Aeon.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Sobre o amor e a divisão

(Este escrito compartilha da natureza do Grau 8=3)
Li outro dia que devemos saber que aqueles a quem amamos, assim como aqueles que nos amam, volta e meia nos farão sofrer – e que devemos estar preparados para encarar esses episódios como incidentes naturais, próprios do dia-a-dia e da natureza humana.Olhar para trás basta para que percebamos que as coisas são realmente assim. Mas por quê?

O amor nos impele à união. Queremos estar juntos da pessoa amada, e o que há de mais óbvio nesta afirmação é que o amor nos atrai para um outro alguém. É, portanto, um sentimento que nos faz querer estar com um ser diferente por definição, em quem, no mais das vezes, depositamos o nosso sonho de completude e felicidade.

Simples, mas não fácil de se lidar com isso. Afinal, não raro, queremos que o ser amado seja sempre como o idealizamos. Porém, por mais próxima que seja do nosso ideal, a pessoa amada é tão complexa quanto nós, um universo por si só. E, justamente por isso, ainda que nos faça um milhão de vezes feliz, é certo que haverá um ou outro ponto que não corresponderá exatamente àquilo que idealizamos.

Nesse momento, a divisão se apresenta, e a dor vem de uma só fonte, quer a percebamos ou não: cada pessoa é única, e naturalmente haverá pontos em que essa realidade saltará aos olhos.Existem duas possibilidades, então: encarar a divisão como algo que separa, ou como algo que complementa. Compreender que a diferença do ser amado é naturalmente humana é o primeiro passo para que se engrandeça na complementaridade do amor. Não aceitar essa realidade pode fazer com que se queira mudar o outro. E será justamente esse capricho que fará do amor um sentimento que separa, contrariando a própria natureza do amor, que, lembremo-nos, nos impele à união.

A chave está, portanto, em perceber a dualidade, própria do ser humano e do próprio amor, como um instrumento de união, não de separação. A partir de então, tudo que soma - amizade, cumplicidade, solidariedade, carinho, gentileza, respeito, compreensão - cresce exponencialmente e afasta dramas e desgastes indesejáveis e desnecessários. Assim, pode o amor renovar-se e ser sempre como deve ser: puro, belo e essencialmente misterioso.

sábado, 25 de outubro de 2008

Pensamento e ação

Há quem pense, fale e faça coisas totalmente diferentes. Uns agem assim por maldade; outros, por incapacidade; outros, para se esconderem, não dos outros, mas de si mesmos.

Pensar, fazer e falar (a ordem é de essencialidade) são ações que deveriam andar de mãos juntas. Quando isso não acontece, o risco que se corre não é apenas o de ferir o outro: é o de ferir a si próprio.

Todos temos um trecho do caminho percorrido e outro por percorrer. Nem sempre é possível retornar para consertar o que se estragou, mas é sempre possível mudar o rumo e consertar-se a si mesmo. Mas aquele que pensa uma coisa e faz e/ou fala outra é justamente o que não tem conserto - e, muitas das vezes, mesmo sem se exergar, isso ocorre porque não se quer consertar, a si ou ao seu rumo.

Pensamentos, atos e palavras: eis os três poderosos instrumentos para fazer da vida e do mundo uma experiência feliz. Começar agora mesmo só depende de você.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

A busca não é um fim

Existe um mito que nos compele a buscar o porquê de tudo e de todos. É como se um buscador fosse sempre melhor do que aqueles que nada procuram. Esse mito, estou pondo para dormir.

O buscador - de respostas, de luz, de prazer, de felicidade - nem sempre tem um norte e, muitas vezes, a sua busca é motivada apenas pela insatisfação. Veste, assim, uma máscara de grandeza exterior para esconder sua confusão interior.

É verdade que parece ser da natureza humana querer sempre mais - e nisso, por si só, não há mal nenhum. O ponto está em perceber que há vezes em que mais é menos e vice-versa.

Para que a busca não seja vã, deixemos os porquês de lado por um momento e nos concentremos inicialmente no "o quê". Antes do querer, que venha o saber: saber o que se quer. Quando não se sabe o que se quer, toda busca se perde no mero acúmulo. Acumulam-se saberes, fatos, alegrias e decepções, tal como se acumulam moedas. No final, a pergunta que resta é um espantado "para quê?".

É importante, portanto, que, antes de partirmos para qualquer busca, definamos o que queremos. E aqui algo para aqueles que têm "olhos de ver e ouvidos de ouvir": se o que quisermos for Nada, que Nada busquemos.

sábado, 2 de agosto de 2008

Sobre a importância do perdão

Apesar de normalmente tratarmos como equivalentes, "perdoar" e "esquecer" são ações bem diferentes.
O perdão é voluntário e bilateral – exige um pedido e uma aceitação. Se destina a uma pessoa e liberta, tanto quem o recebe, quanto quem o confere desde a prisão de uma mágoa passada.
Já o esquecimento não dança conforme a música da nossa vontade. Não esquecemos pura e simplesmente, mesmo que o queiramos muito.
Há feridas que não cicatrizam, fatos impossíveis de esquecer, e quando alguém nos machuca, queremos machucá-lo também; quando alguém erra conosco, queremos ser a parte absolutamente correta na história.
Sem o perdão, velhas brigas jamais são apaziguadas e aquelas velhas feridas jamais param de doer. Assim, nos condenamos - a nós mesmos! - a conviver com a dor e com a vã esperança de um dia sermos capazes de esquecer...

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Sobre Mudança

Mudança nem sempre é fácil: temos medo do escuro. Mas o que dizer de quando preferimos nos acomodar na escuridão porque temos medo do que vamos ver?
Podemos ir para trás, para frente, para os lados. Podemos andar em círculos, acertar, errar. Podemos desistir de tentar acertar, ou errar até acertar. Podemos fechar os olhos e viver ao sabor da razão indolente, do pensamento preguiçoso que aceita sem questionar, dos olhos que olham sem ver. Mas, num rasgo emancipatório, também podemos mudar, a começar por nós mesmos, pelo acender da luz. Sim, pode haver horror, vergonha, choque; mas também haverá alegria, satisfação, surpresa. Admitir os erros e reconhecer os acertos é o primeiro passo. Porém, a verdadeira mudança exige que ao pensamento siga-se a ação, à intenção siga-se a atitude, à evolução siga-se a revolução.
Mudança nem sempre é fácil, mas o escuro... bem, o escuro pode não ser tão escuro assim.

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Manifestações de solidariedade face à transição do Mestre Parsival:

(1) Arcebispo Roberto Toca, herdeiro do ramo cubano da F.R.A.

MENSAJE DE HOMENAJE POSTUMO A PARSIVAL KRUMM-HELLER"

Venerable Irmao Marcelo Santos,

Paz y Amor en el Nombre de la Tri-Santa Sophia, del Cristos Soter y del Paraclito.

Muy querido Irmao:

Moito obrigado por dejarnos saber la informacion de la desencarnacion del Irmao Parsival. Inmediatamente convocamos a nuestros hermanos y hermanas para un oficio liturgico de Requiem. "Que descanse en paz y que la Luz perpetua brille sobre ele". R.I.P.

A voce querido Irmao, mi satisfaccion por sua designacion como Embajador y Enviado Especial del Summum Supremum Sanktuarium. Creo que ha sido una magnifica eleccion por lo que puedes contar con todo mi apoyo fraternal, con la certeza de que los ideales de Huiracocha seran mantenidos por voce muy en alto.

A voce y al hermano Ivan de Venezuela, asi como a todos los hermanos de la Fraternitas Rosicruciana Antiqua, mi exhortacion para unirnos con fuerza en los ideales misticos y espirituales que con tanta magnanimidad formulara en su momento historico el Arzobispo Dr. Heindrich Arnold Krumm-Heller, Maestro Huiracocha.

Os saluda misticamente vuestro Irmao y amigo,

"Que as Rosas florescan sobre vuestra Cruz"

Arzobispo Dr. Roberto Toca
Su Beatitud Sar Mar Profeta
Primado Gnostico Catholikos
Soberano Gran Comendador
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(2) Sar Amorifer - Comendador para a Espanha pela linha de sucessão Huiracocha, Aureolus, Camael:

C. H. ZadKiel:

Nuestro más sentido pésame desde el Soberano Santuario de España por la muerte de Parsival, que estoy seguro continuará apoyando la Obra de la FRA desde los planos sublimes del Eterno. Y también nuestras felicitaciones y apoyos a vuestro nombramiento y al del H. Ivan para que Dios os ilumine y podáis perpetuar la armonía y el buen hacer para que esta tradición continúe tomando fuerza en todo el mundo.

Que las Rosas florezcan en la Cruz.

Amorifer R+
Soberano Comendador para España
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(3) Irmão Basilides, pela Comendadoria Brasileira na linhagem de sucessão Thurizar, Coaracyporã, Tonapa:

Estimado Irmão,
Recebemos a notícia no Domingo 30/06 , mas esperamos a confirmação qee veio só na segunda feira.. A Aula Lucis Central e em nome do nosso Comendador Tonapa lamenta o ocorrido e esta solidária com todas Aulae Lucis e grupos rosacruzes do ramo Huiracocha certos que todos somos uma grande familia formada pelo nosso Mentor Maior V.M. Huiracocha que agora contará com seu filho ao seu lado para auxiliá-lo na tarefa de incentivar o progresso da nossa amada FRA em todo o mundo. Em nosso site no link de notícias já se encontra uma nota referente a passagem do M. Parsival.Que as rosas floresçam na cruz de todos os nossos irmãos.

Atenciosamente:Webmaster - MartinsBasilides R+

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(4) Irmãos Delfis e Schamed, pela Comendadoria da FRA na Venezuela:
Maracaibo 1 de Julio del año 2008

FRATERNITAS ROSICRUCIANA ANTIQUA
TRADICIÓN MAESTRO HUIRACOCHA
AULA MADRE “LUZ Y RAZÓN”
VENEZUELA


Mensaje dirigido a todos los Hermanos de la FRATERNITAS ROSICRUCIANA ANTIQUA de las Américas y del mundo.

La FRATERNITAS ROSICRUCIANA ANTIQUA de Venezuela, en nombre de su Comendador, el Hermano Servidor Delfis, Sr. Francisco Téllez Díaz, y en nombre de su Director Nacional, el Hermano Servidor Schamed, Sr. Oscar Sánchez, así como del Gran Concejo de Hermanos Mayores y Servidores, hace llegar a todos los Hermano de todas las latitudes, las más sinceras y sentidas expresiones de afecto y apoyo a todos quienes en el plano físico, compartieron una vida activa junto al Hermano Parsival Krumm Heller, hijo de nuestro amado Maestro Huiracocha, quien realizó su transición a los Mundos Internos el 17 de Junio del año en curso en Sydney Australia.
Gratos recuerdos expresaba nuestra Maestra Yedosey de tan ilustre Hermano, compartiendo en innumerables ocasiones el camino de la Luz, recibiendo de él todo el apoyo y las acreditaciones de su Grado. En los últimos años, luego de un período de retiro, impulsó la unificación de las diferentes corrientes de la F.R.A. labor que aunque no llegó a coronarse, dejo sembrada la semilla para tal anhelada aspiración, hoy, en la F.R.A. Venezuela, esperamos que todos los Hermanos de las diferentes ramas de nuestra Orden, comprendan esta sincera intención del Parsival y llevemos adelante este acercamiento y unión.
En estos momentos sabemos que el Maestro Parsival se encuentra en una nueva etapa de trabajo, en esta ocasión en los Mundos Internos, desde donde seguirá, junto al Maestro Huiracocha y a la Maestra Yedosey impulsando los avances de nuestra Orden.
El próximo sábado 12 de Julio en el en Aula Lucis Thelema y Luz de la Cuidad de Valencia Venezuela se realizará un Ritual en homenaje y por la Luz del Hermano Parsival.

Que la Rosas florezcan en vuestra Cruz!
PAZ HERMANOS!

Hno Servidor Delfis Comendador para Venezuela Hno. Servidor Schamed Director Nacional

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(5) Irmão Stanislas, pela Ordre Kabbalistique de la Rose+Croix:

Assim como as flores despontam ao aproximar-se a primavera, o inverso ocorrerá aos primeiros dias do inverno... o mesmo ocorre em nossas cruzes com seu ininterrupto desabrochar.
Personalidades públicas, como o foi Parsival e tantos outros, certamente pagaram seus preços por um ideal e isto os torna "sonhadores" sonhadores por uma Fraternidade Universal.Nós Irmãos da Rose-Croix Kabbalistique com pesar recebemos esta notícia e esperamos que esta Personalidade-Alma que foi Parsival Krumm-Heller retorne em época propícia para dar continuidade ao "desabrochar" de sua Rosa em sua Cruz.

Fraternalmente, Stanislas

terça-feira, 1 de julho de 2008

Transição de Parsival Krumm-Heller ( * 11/02/1925 + 17/06/2008)


Queridos Amigos e Estimados Irmãos de todas as obediências Rosicrucianas:

Luz, Saúde Plena, PAZ!

É com pesar que comunico a passagem de meu querido Mestre e eminente Rosa+Cruz, Parsival Krumm-Heller, ocorrida no dia 17 passado, em sua residência, na Austrália. As notícias que recebi dão conta de que o Mestre faleceu em paz. Era desejo de meu amado Mentor que cada ramificação da Fraternidade preservasse sua autonomia, mas que, ao mesmo tempo, houvesse uma maior aproximação dos membros das diversas Comendadorias em atividade, independentemente da orientação adotada por cada uma delas após a passagem de seu pai, o Mestre Huiracocha.
Além de mim, o Irmão Ivan, da Fraternitas Rosicruciana Antiqua da Venezuela, possui uma nomeação válida e atual de Parsival, para a função de Embaixador do Summum Supremum Sanktuarium. A função da qual investidos os dois únicos membros da F.R.A. com poderes outorgados pelo Soberano Comendador, filho do fundador da Fraternidade, revela o espírito conciliatório e de boa-vontade do qual estava embuído o saudoso Mestre. Parsival pretendia superar a debilidade física que o assolou nos últimos meses para retornar à América do Sul e visitar Aulae Lucis por Aulae Lucis. Queria também rever seu amigo, D. Wolff (com o qual tive o prazer de pô-lo em contato depois de mais de 50 anos sem notícias um do outro). Infelizmente, não houve tempo para fazê-lo em seu corpo terreno; porém, estou mais do que certo de que, do Alto, o Mestre estará velando pelo destino da FRA nas Américas e no Mundo, juntamente com seu Ven.'. Pai, Arnoldo. Que as Rosas floresçam indistintamente sobre a Cruz de todos os membros da Fraternitas Rosicruciana Antiqua e de todas as ramificações da Fraternidade Rosa+Cruz, onde quer que se encontrem.

Atenciosamente,

Marcelo A. C. Santos
ZadKiel R+
Embaixador e Enviado Especial do Summum Supremum Sanktuarium

terça-feira, 20 de maio de 2008

Reflexão

Nequaquam vacuum: não existe vácuo.
Entre o fogo e a chuva, entre a cruz e a rosa, algo de existência - ainda que sob a forma de não-existência - sempre habitará.O homem adota Deus, O faz à sua imagem, para sentir-se menos que homem.O homem renega Deus, troca-O por outra imagem qualquer, para sentir-se mais do que Deus.No centro, está o homem. E o que o homem faz consigo mesmo e com seus semelhantes?Em nome do "bem", os pretensos "bons" têm atentado contra tudo aquilo que, por ser diferente, aparenta ser uma ameaça. E nós, inimigos e vítimas inconscientes de nosso estado, McDonaldizamos a vida, nos agarramos ao que podemos e nos enredamos no que nos vendem.
Aos aspirantes à Augusta Fraternidade Rosa+Cruz, deixo esta reflexão e o convite a pensarem sempre fora do círculo.

domingo, 4 de maio de 2008

Vôo do espírito

Durante uma viagem, encontrei-me com um adepto que, ao me ver, fez a seguinte afirmação:
- "Para saber viver, é preciso saber morrer".
Engajamos uma longa conversa e não tardou para que as suas palavras, entonadas com um quê de mistério, fossem explicadas. Disse-me ele:
- "Somente conhece o mistério da Vida e compartilha plenamente das bênçãos de Nosso Senhor aquele que vive neste mundo e promove as mudanças necessárias à concretização da Grande Obra - agindo em prol da liberdade e da igualdade - e, ao mesmo tempo, transita, belo e seguro, pelo invisível. Sabe morrer aquele que, sem despojar-se das coisas da vida, esforça-se por conhecer diretamente o que há no mundo do além-forma. Conhecendo-o, estará familiarizado e seguirá serena e conscientemente seu rumo, mesmo quando estiver definitivamente despregado do corpo físico. E assim, não só viverá na terra, mas também além dela - não como um fantasma sem memória, mas como uma individualidade em harmonia com o Todo".
Lembrando-me dessa conversa, resolvi apresentar aos leitores dois exercícios, sugeridos pelo Irmão Manfred, da Áustria:

.1. Coloque duas cadeiras, uma na frente da outra, ligeiramente afastadas. Sente-se em uma delas, enquanto mantém seu olhar sobre a outra. Então, "solte-se", tentando sair (em seu corpo fluido) de sua cadeira e mover-se para a outra. Após algum tempo e algumas tentativas, você se perceberá sentado lá.
.2. Deite-se em sua cama e tente "soltar" o corpo astral respirando ritmicamente; tente flutuar até um local distante e dê uma olhada no que acontece por lá. Muitas vezes, é provável que você só consiga realizar este exercício a contento se já conhecer o outro lugar. Mas isso não deve ser frustrante, porque mesmo no estado de vigília total e utilizando-se do corpo físico, é mais fácil encontrar um lugar quando você conhece o caminho para chegar até ele.

Diz, ainda, nosso Irmão:

"O exercício mais básico para "soltar-se" consiste em tentar capturar conscientemente e relembrar o momento em que se entra no sono. Esse estado de transição, esse ponto entre o sono e a vigília, é o mais seguro ponto de partida para qualquer exercício espiritual.
É muito perigoso, porém (portanto desaconselhável), o uso de "atalhos" para "soltar-se", isto é, o uso de álcool ou de qualquer outra droga para facilitar a saída do corpo fluido. O verdadeiro adepto não precisa desses meios, pois tem o corpo e o espírito sob firme controle. Exercitar esse controle, afastando-se das drogas, é um requisito para o adeptado".

Uma boa semana a todos!

ZadKiel R+

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Os direitos humanos como processos de luta pela dignidade

I.Introdução.

Este trabalho encontra-se centrado em cinco textos de autoria do Professor Joaquin Herrera Flores: “Los derechos humanos como procesos de lucha por la dignidad”, “La complejidad de los derechos humanos: bases teoricas para una definicion critica”, “Los derechos humanos y el orden global: 3 desafíos teórico-políticos”, “Estratégicas teóricas: la definición de los derechos humanos em el marco de uns concepción material y concreta de la dignidad humana” e “Situar los derechos humanos: el diamante ético como marco pedagógico e de acción”.
Os textos são permeados pela noção de que os direitos humanos, como produtos culturais que são – isto é, decorrentes de reações fáticas e criações normativas ocorridas em contextos concretos (sociais, econômicos, jurídicos, políticos, históricos) –, devem ser investigados e entendidos como fruto de demandas sociais, mundanas e ocidentais, não como fenômenos naturais, metafísicos e universais.
Complementando a constatação acima, também é nuclear a idéia de que, se por vezes os direitos humanos ressaltam da mobilização de grupos que, em contextos determinados, encontram-se à míngua de proteção normativa e/ou desprovidos de efetivo poder de reação em face do desrespeito por sua dignidade, não se pode ignorar que, por outras, são positivados para atender à hegemonia e às ideologias próprias do capitalismo, conferindo ares de legitimidade a seus discursos e práticas. Afinal, não se pode perder de vista o fato de que as relações de mercado ocidentais há séculos vêm impondo ao mundo sua hegemonia econômica e ideológica, e de que isto obviamente se traduz em termos culturais, dando contornos próprios à luta pela dignidade a ser travada contra as imposições de uniformização social, econômica e cultural ditadas pelo capitalismo.
Nesse cenário, apesar de ser um legítimo mecanismo de resistência, o direito, isoladamente, não basta, porquanto incapaz de abarcar a miríade de situações compreendidas na realidade em que vivemos. Há de se lançar mão de outros mecanismos, de cariz político e enraizados na concepção de que o ser humano, longe de ser um ente abstrato e restrito ao plano ideal, deve avocar a responsabilidade de influenciar e conformar a realidade concreta em função de seus anseios de dignidade, apontando as imperfeições das relações hegemônicas e construindo alternativas à “ideologia-mundo” a partir de estratégias e ações afirmativas. Esse conjunto de ações capazes de potencializar a criação de dispositivos e mecanismos aptos a proporcionar liberdade para que cada qual escreva sua própria história e igualdade na divisão social do trabalho conferem aos direitos humanos a natureza de processos de luta pela dignidade humana.

II.1. Na construção das bases teóricas para uma definição crítica dos direitos humanos, saltam aos olhos os diferentes cenários em que inserida a humanidade quando da Declaração Universal de 1.948 e nos tempos atuais. O mesmo vale quanto aos Pactos Internacionais de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais e sobre Direitos Civis e Políticos, ambos de 1.966. Diferentemente do que ocorria naqueles momentos históricos, atualmente a chamada guerra fria encontra-se superada, o processo de descolonização controlada já se encontra consolidado, e já não se verificam, com intensidade perceptível, as antigas políticas públicas interventoras que visavam a amenizar o impacto perverso do mercado sobre a sociedade. Surgiram novos atores no plano internacional, e os Estados e a sociedade é que se encontram cada vez mais submetidos às regras ditadas pelo mercado – cujo império não se submete à legitimação democrática – por meio de instituições tais como a Organização Mundial do Comércio, que dita normas, faz julgamentos e impõe sanções que, em nome do livre comércio, passam por cima das condições de eficácia dos direitos sociais, econômicos, culturais e ambientais. Em tempos de globalização neoliberal, assistimos ao triunfo do capitalismo e à ideologia do Consenso de Washington, com a redução dos bens da vida a simples moeda de troca e a interpretação da racionalidade particularista-capitalista como a expressão única do que há de verdadeiramente racional.
Observa-se, portanto, uma inversão de paradigma. De modo perverso, nesse novo modelo, os direitos humanos são considerados custos ou gastos sociais e, portanto, mantidos no centro da alça de mira do mercado globalizado, que constantemente lança mão de instrumentos de manipulação social a fim de dar aparência de legitimidade ao “corte dos custos”, ou seja, aos atentados que pratica em nome da acumulação de capital, em detrimento da justiça, da responsabilidade, da redistribuição, enfim, da própria dignidade da pessoa humana.
Com a OMC (em compasso com o Banco Mundial e o FMI), que possui um status político do mesmo peso do a ONU, surge um “novo constitucionalismo”, fundado na garantia da mobilidade do capital nos mais diferentes espaços sócio-econômicos, à custa da erosão da representatividade política dos Estados-membros – que se vê limitada diante das correntes de legitimação cada vez mais contraditórias e de mãos atadas diante da impossibilidade de fazerem-se reservas no plano nacional às regras daquela Organização, tal como previsto em seu Estatuto, bem como da obrigatoriedade da submissão de conflitos dos membros à sua “jurisdição” e da aceitação das sanções por ela impostas – tudo sem qualquer compromisso com a transparência ou com a qualificação dos julgadores para analisar temas que não digam respeito exclusivamente às práticas de comércio internacional alinhadas à filosofia da própria OMC. É essa filosofia que obriga os Estados-membros a adequarem-se às regras da Organização até mesmo na implementação de compromissos que digam respeito à saúde, ao meio-ambiente e aos direitos humanos. Mais: é essa filosofia que permite que organizações mercantis patenteiem até mesmo o conhecimento ancestral das comunidades indígenas e, na esteira do Trade Related International Property Rights (“acordo TRIP”), exerçam propriedade sobre microorganismos e procedimentos biológicos para a criação de plantas e animais, a despeito dos riscos que tais procedimentos possam representar contra a biodiversidade, a segurança química e biológica, a ética da conservação e os tradicionais direitos das comunidades locais sobre a biodiversidade. Tudo se resume, assim, a mercadoria passível de compra e venda, justificando-se pura e simplesmente na liberdade de acumulação de capital.

II.2. A percepção dessa realidade é vital para que se contextualizem os direitos humanos na atualidade. E a contextualização dos direitos humanos é vital para que se os entendam como processos, ou seja, como resultados provisórios das lutas que a humanidade trava para ter acesso aos bens necessários para a vida com dignidade.
Nesse sentido, a redução dos direitos humanos ao seu aspecto jurídico-formal, pondo-os em um pedestal de pureza absoluta, retiraria de cena os óbices enfrentados para a concretização desses direitos, proporcionando, pois, uma leitura apenas parcial da realidade, que seria, assim, tomada por absoluta, única e universal, ignorando o abismo que existe entre o que se encontra nos textos e conferências sobre direitos e a realidade de desigualdades e injustiças que se verificam no mundo dos fatos.
De sua parte, a contextualização dos direitos humanos abre as portas para a conscientização e a intervenção da própria humanidade contra a ordem instalada, mitigando as matizes da hegemonia, da invisibilidade, da centralização e da hierarquização das práticas sociais tradicionais, assim como a influência da ideologia subreptícia que espreita por detrás de práticas deletérias que apresentam-se com ares de legitimidade. Os direitos humanos deixam de ser encarados como normas meramente formais e passam a ser vistos como normas de resistência, garantidoras do impulso humano de construir e assegurar as condições sociais, econômicas e culturais de luta pela dignidade e pela prevalência dos valores de liberdade, igualdade e solidariedade construídos no curso dessa luta, de modo emancipado.
Essa idéia rompe com a tendência de aceitarem-se os direitos humanos como “direitos a ter direitos” - abstrações perenes e universais postas em textos e narrativas jurídico-formais - e tem a virtude de situá-los em meio à rede de relações sociais, culturais, econômicas, normativas e políticas que abrem espaços de luta pela dignidade, seja qual for a concepção que se apresente em uma dada situação concreta. Muito mais do que abstrações normativas puristas, não históricas, transcendentais, alheias às resistências sociais e imunes às intentadas da extensão ideológica do capitalismo, os direitos humanos são processos e dinâmicas históricas, que tomaram a forma de normas e declarações ao longo do tempo e atualmente se consubstanciam em adaptação ou reação em face das conseqüências antidemocráticas e genocidas do modo de produção capitalista nos campos da cultura, da economia, da política, do direito e das relações sociais.
A face dos direitos humanos, de contornos individualistas, etnocêntricos, “estatalistas” e formalistas, que funcionou bem diante da fase de acumulação de capital em voga na segunda metade do século XX e suas correspondentes formas de poder social, econômico e cultural, já não se sustenta diante das novas feições contextuais, em que o capitalismo, sob a roupagem do neoliberalismo, expandiu-se globalmente em virtude da queda do socialismo real, demandando novas formas de antagonismo.
No atual quadro, observa-se uma mudança em nível jurídico, pois ao passo que as constituições estão se convertendo em simples declarações nominais e semânticas, o direito internacional, outrora centrado na soberania e no particularismo, vem perdendo força diante de uma releitura progressista, que, diante das injustiças perpetradas no mundo globalizado, dá ênfase à mundialização das necessidades e demandas de indivíduos e grupos, na busca da justiça e da solidariedade materiais e na instauração de uma relação “circular” entre o Estado e a comunidade internacional.
Em nível fático, reagindo ao quadro de injustiça e desigualdade instalado pelo neoliberalismo neoconservador, os processos de direitos humanos – ontologicamente éticos, reativos e criativos – têm gerado focos de resistência que se opõe frontalmente à manipulação do modo capitalista de relação social. As mobilizações antiglobalização orquestradas nos locais onde, outrora, reuniam-se tranqüilamente os líderes do neoliberalismo e poderosos do planeta, os Foros Sociais Mundiais, a luta pela isonomia de direitos e tratamento da mulher, o ativismo ambientalista, o levante sindicalista contra a supressão e a flexibilização dos direitos dos trabalhadores, a resistência dos povos indígenas, o trabalho de ONGs e Associações com espectros de ação proativa dos mais variados são exemplos bastante perceptíveis de lutas plurais e diferenciadas pela modificação das condições de estar e viver no mundo.

II.3. Algumas estratégias ajudam na formação do quadro acima e na compreensão dos direitos humanos à luz da concepção material e concreta da dignidade humana. A primeira, “conhecer e saber interpretar o mundo”, implica a leitura crítica e atual da Declaração Universal de 1.948, num contexto em que predomina a hegemonia da ideologia jurídica e política neoliberal e neoconservadora, o Estado formal de direito, vassalo do capital, prevalece sobre o Estado social de direito.
A segunda, “a função social do conhecimento dos direitos humanos: todo conhecimento é um conhecimento produzido por alguém e para algo” importa na conceituação dos direitos humanos a partir da contextualização das polêmicas nas quais estamos inseridos enquanto tentamos concretizar a idéia de dignidade em face do “novo espírito do capitalismo”. Para tanto, é necessária a superação de dicotomias jurídicas para que se possa ampliar, afirmativa e positivamente, o campo semântico do que entendemos por direitos humanos, introduzindo investigações de condições sociais, políticas, econômicas, jurídicas e culturais nas quais ocorrem o conhecimento e as práticas sociais. A partir dessa ampliação, percebe-se que o conhecimento é um bem social, que merece proteção contra a tendência de privatização imposta pela ideologia e pela política neoliberais. Obviamente, o conhecimento dos direitos humanos está inserido nessa categoria. E três são as condições para que se possa levar adiante a função social do conhecimento dos direitos humanos: a crítica do próprio conhecimento; a percepção do ser humano como ente material, dotado de carências e necessidades, que não apenas pensa, mas também faz; e teorizar no e para o mundo, em vez de fixar-se na tendência de pensar o mundo de modo apriorístico e transcendente à ação humana.
A terceira, “definir supõe delimitar o horizonte da utopia: o conceito e as especificações dos direitos humanos” requer que se constate que o direito tem componentes utópicos e ideológicos a que se faz necessário decifrar. Novamente, a contextualização do direito é necessária para que se possa defini-los, destacando-os dos interesses hegemônicos e aproximando-os das reivindicações, anseios e valores das pessoas e grupos vitimizados. A delimitação daí decorrente deve dar-se em função de uma postura ética, axiológica e política diante da dignidade humana de todas essas vítimas de violações ou exclusões e da análise de quão próximo ou longe as relações sociais se encontram das normas historicamente estabelecidas à luz da luta pela vida, pela igualdade e pela liberdade. Deve entender-se que os direitos não funcionam por si só nem se concretizam apenas com a produção jurídica, mas sim a partir da criação de condições de igualdade - social, econômica, cultural – que possibilite a materialização da liberdade positiva e da fraternidade libertadora.
Por fim, a quarta, “bases teóricas para uma definição material da dignidade humana”, está impregnada da luta pela afirmação das concepções críticas e antagonistas, que têm sido postas de lado ou ocultadas pela generalização da já ressaltada “ideologia-mundo”. Percebendo-se os direitos humanos como produtos culturais ocidentais e como processos de luta e resistência contra a corrente ideológica hegemônica, criam-se caminhos de dignidade material, concreta, isto é, aberta à capacidade cultural de o ser humano propor e adotar alternativas contrárias ao que é imposto como universal.

II.4. A fim de ilustrar as idéias até agora analisadas, demonstrando graficamente a interdependência da miríade de fatores que definem os direitos humanos no contexto atual, cai bem a figura de um diamante – representativa da tridimensionalidade (concretude) e do constante movimento (evolução). Esse diamante, qualificado de ético na aposta de que os direitos humanos constituem um marco para a construção de uma ética que mire a concretização de condições para que todos os indivíduos, culturas e formas de vida possam levar à prática a sua concepção de dignidade humana, apresenta dois eixos principais: um vertical, onde encontram-se as categorias teóricas/conceituais, e outro horizontal, onde encontram-se as categorias práticas/materiais. No centro, está a própria dignidade humana. Quanto maior o grau de concreção dos direitos, isto é, quanto maior o grau de satisfação da necessidade, mais próximo estar-se-á do ideal de dignidade humana. Quanto menor aquele grau, mais legitimados estarão os afetados para indignarem-se contra a situação em que se encontrem. E aqui relembra-se que não se fala de dignidade em sentido metafísico ou abstrato, mas sim invocando-se as possibilidades e os obstáculos com que um ser humano ou um grupo de pessoas se deparam no momento do acesso aos bens materiais e imateriais.
O eixo vertical (conceitual) compreende as teorias (formas de olhar e formar uma idéia de um processo ou uma coisa); os valores (preferências individuais ou coletivas, majoritárias ou minoritárias); a posição (lugar ocupado nas relações sociais, que determina a forma de acesso aos bens); o espaço (local físico, geográfico, humano ou cultural onde se dão as relações sociais); as narrações (formas como as coisas ou situações são definidas e modos como somos definidos e nos ditam como devemos participar das relações sociais) e as instituições (normas, regras, procedimentos que articulam hierárquica e burocraticamente a resolução de um conflito ou a satisfação de uma expectativa);
O eixo horizontal (material) compreende as forças produtivas (tecnologias, tipos de trabalho e processos econômicos que levam à produção de bens ou à prestação de um serviço); a relação social de produção (a forma de relacionamento dos que intervêm na produção de bens e serviços, entre si mesmos e com a natureza); as disposições (consciência da situação que se ocupa no processo de acesso aos bens e de como se atua nesse processo); a historicidade (situação de um processo social em relação a suas causas históricas e aos grupos que lhe deram origem, bem como o momento e os efeitos desse processo); o desenvolvimento (processo e situação social atual de criação de condições sociais, econômicas e culturais que permitam ou impeçam o acesso aos bens) e as práticas sociais (formas de organização e de ação a favor ou contrárias à situação de acesso aos bens pretendidos).
Esse diamante apresenta três camadas. A primeira é formada pelas categorias genéricas da metodologia relacional, ou seja, pelos elementos que compõem os processos sociais e econômicos – teorias, instituições, forças produtivas e relações sociais de produção.
A segunda camada diz respeito ao caráter impuro dos direitos humanos, ou seja, aos direitos inseridos nos – e permeados pelos – contextos sociais, históricos, econômicos e culturais, bem como ao reconhecimento de que, nos campos social e cultural, não há entidades estáticas, mas tendências e processos dinâmicos. Nessa camada, estão a posição, a disposição, a narração e a historicidade.
A terceira camada – formada pelos elementos do espaço, dos valores, do desenvolvimento e das práticas sociais – dá a dimensão dos direitos humanos como resultado dos processos de luta pela dignidade.
A figura do diamante ético, cujos elementos se relacionam, ainda que não todos a um só tempo, ressalta a importância do contexto e das experiências discrepantes e pode ser utilizada, tanto para a compreensão, como para a prática dos direitos de diferentes modos – elegendo-se relações concretas entre diferentes elementos, estudando-se as camadas ou inter-relacionando as diferentes camadas.
O importante é saber escolher as camadas, os eixos os elementos que interessam no momento do trabalho analítico e prático dos direitos humanos, entendidos como processos que abrem ou fecham espaços de luta pela dignidade humana. Dessa forma, e com a devida contextualização, tudo o que foi exposto acima passa a fazer sentido para além do plano meramente intelectual.

II. Conclusão:
Como todo trabalho de natureza crítica, os textos analisados nos forçam a refletir sobre questões que, muito embora postas diante de nossos olhos, não raramente escapam de nossa percepção.
A compreensão de que a mera produção normativa não apresenta resposta à altura das diversas violações, marginalizações e exclusões observadas no dia-a-dia e de que, por conseguinte, os direitos humanos devem ser entendidos como processos de luta pela dignidade que (também) se desenvolvem em espaços exteriores ao mudo jurídico, é essencial para que se vislumbre com maior amplitude o quadro em que esses direitos são representados. E sem a contextualização histórica, econômica, cultural e social apropriada, a leitura dos direitos humanos se perde atrás da cortina de fumaça provocada pela ideologia da globalização neoliberal, engendrada e imposta pela entidade supra-estatal conhecida como mercado auto-regulado.
Os textos não só dão uma nova dimensão conceitual dos direitos humanos, como revelam que, moldados por instrumentos de manipulação social, esses direitos podem pôr-se a serviço da legitimação de ideologias hegemônicas. Não é difícil chegar-se à constatação de que, encarados como custos sociais pelo mercado, também os direitos são potenciais (quando não efetivos) alvos de corte: para que se constate a veracidade desta afirmação, basta que se tenha em mente a pressão do mercado nacional, que tem nos veículos de comunicação um poderoso instrumento de manipulação, para a redução dos direitos conquistados a duras penas pelos trabalhadores brasileiros. Tudo em nome da “autodeterminação dos trabalhadores”, da “liberdade de contratar” e do “valor social da livre iniciativa”.
A propósito da construção teórica dos direitos humanos como produto cultural ocidental, poder-se-ia objetar que o autor estaria a negar eficácia dos DDHH aos integrantes de outras culturas. Essa afirmação, no entanto, estaria divorciada da mensagem dos textos sob exame, que prega o respeito e à sensibilidade às diferenças como ponto de partida dessa construção conceitual. Como exposto em “Los derechos humanos como procesos de lucha por la dignidad”, qualquer formação social – não só as ocidentais – tem sabido reagir frente a suas próprias realidades e “culturalmente falando, não há um processo cultural mais importante ou mais válido e legítimo que outro” .
Enfim, os textos trazem uma série de pontos dignos de apreciação mais detida e aprofundada. Revelam, é verdade, a perversidade do capitalismo globalizante, que a tudo reduz a moeda de troca, e do império do mercado, a que mesmo os Estados vêm se submetendo. Mas, por outro lado, relembram que a luta pela dignidade e a oposição à ideologia neoliberal é travada dia após dia, por indivíduos e grupos os mais diversos, e com instrumentos que aliam a criatividade à esperança e à capacidade de causar mudanças concretas no mundo, visando a proporcionar a todos, de modo igualitário, uma vida mais digna de ser vivida.

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Rosacruzes abstratos...

O que muitos não compreendem, porque enredados no misticismo, no ocultismo e na tentativa do purismo espiritualista de certas organizações rosicrucianas, é que historicamente a Rosa+Cruz assumiu a luta pela liberdade, pela igualdade e pela fraternidade. Isso implica ativismo social, político e cultural, não apenas prática espiritual. Não somos, os Rosa+Cruzes, como o Adão pintado por Masaccio, que tapa o rosto para não ver o mundo contaminado pelas imperfeições. Uma Rosa+Cruz meramente espiritual, impermeável às exigências humanas, é qualquer coisa de estranha ao espírito rosicruciano original (e aqui afastamo-nos também da Télema de Crowley, cujo eixo é o ser humano considerado unicamente em sua dimensão individual - do que, curiosamente, não difere a orientação das inúmeras organizações rosicrucianas que pululam no espaço hermetista).
Baseados no enredo de nossa Confraria, originaram-se algumas grupos sob a denominação RC, obviamente impregnados pelos campos dogmáticos e pragmáticos por que seus fundadores e dirigentes mais se interessavam. Embora não se possa negar o seu valor, é certo que esses grupos espelham mal a Fraternidade que alegam representar; afinal, tentam levar o ser humano à salvação, mas pregam uma atitude essencialmente voltada para dentro e marcadamente preocupada com o que há de extra ou ultrafísico. Falham, portanto, em concretizar reformas coletivas e sociais, afastando-se do espírito que anima os Manifestos originais, notadamente a Fama e a Confessio Fraternitatis.

sábado, 8 de março de 2008

Mestres Ascencionados

Uma palavra sobre os chamados "mestres ascencionados", "senhores do carma", "chefes secretos", "conselho invisível", "ordem invisível e verdadeira" etc.
Desde a explosão de informação sobre esses seres, detonada abertamente pela célebre Madame Blavatsky, um sem-número de organizações espiritualistas, místicas, ocultistas, rosicrucianas, hermetistas etc tem alegado que os contata e conta com sua orientação.
É uma lástima que pouquíssimos compreendam de que se trata esses seres e que muitos se disponham a fazer as mais estapafúrdias afirmações sobre eles.
Em primeiro lugar, fique esclarecido que a nossa Irmandade da Rosa+Cruz não afirma nem poderia afirmar, sob pena de perda da descência, que é guiada por fantasmas, ainda que pretensamente iluminados. Acreditamos na - e vivenciamos a - existência de realidades ultrafísicas, mas não aceitamos a proliferação da falsa idéia de que nossa Confraria é guiada por seres semelhantes ao humano - os chamemos de "mestres", "cósmico" ou mesmo de "deus" - postos do outro lado da vida e acessíveis apenas a um pequeno grupo de pessoas, das quais algumas nem mesmo passariam no teste da firmeza de caráter.
O Senhor Inefável, cujo Nome perdeu-se sobre a Terra, registrou toda a Sabedoria no Livro M. Seres humanos com um tremendo talento para ler e interpretar esse Livro, e outros com grande predisposição para mergulhar na Inteligência Divina e trazê-la ao mundo por textos e escrituras sagradas, nos apontam caminhos para a depuração do nosso ser e a conquista de uma felicidade que extrapola o humano em nós.
Esses "mestres ascencionados", essa "ordem invisível", nada mais são do que fagulhas da Inteligência do Deus Único. Não se assemelham a nós, humanos, a não ser na possibilidade de retorno ao Grande Mar. Portanto, não têm barba nem vestem túnicas ou turbantes. Nós mesmos, sendo também fagulhas dessa inteligência em nossa essência, temos, todos, o potencial de a tocarmos e, iluminados por ela, interpretarmos os sinais do Livro M. Nesse propósito, Nosso Senhor, que é a verdade, o caminho e a vida, é a estrela segura a te guiar. Encontra-o, não em salões astrais misteriosos ou no céu distante, mas em um local sobre o qual apenas tu mesmo saberás dizer. Nese momento, saberás a verdadeira natureza da estrela-guia.
Invoca sempre; inflama-te em oração.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Quão atual ainda é esta passagem...


"Agora, quanto à prática [...]profana e amaldiçoada de fazer ouro, que tem estado em tão alta estima, e a pretexto da qual muitos apóstatas e pessoas tratantes usam de grande vilania e lesam e abusam do crédito que lhes é dado; sim, hoje em dia, mesmo homens esclarecidos consideram a transmutação de metais o que há de mais elevado, e fastigium em filosofia, este é todo o seu intento e desejo, e consideram que Deus seria mais estimado e honrado por aqueles que consiguissem fazer a maior quantidade de ouro, e em abundância, o que, com preces irrefletidas, esles esperam alcançar do Deus onisciente e perscrutador de todos os corações. Nós, portanto, por este documento atestamos publicamente que os verdadeiros filósofos têm mentalidade completamente diversa, pouco estimando a fabricação de Ouro, que é apenas um parergon; pois, além disso, contam eles com mil coisas melhores [...].

Fama Fraternitatis, versão impressa - 1614

És um Rosa+Cruz?


Se és um membro da Confraria da Rosa+Cruz, sabes bem do que estou falando. Há séculos, nossos antecessores firmaram posição contra a corrupção e a sede desenfreada de poder, apontando onde os governos e as religiões estabelecidas falhavam perante Nosso Senhor e a humanidade. É lamentável ver que, nos tempos atuais, algumas organizações rosicrucianas, esquecendo-se do que pretendem representar, também vendem um cantinho do céu (que veja quem tem olhos de ver e ouça quem tem ouvidos de ouvir), e muitos dos que se intitulam rosacruzes sacam sua carteirinha como se fosse esse um sinal de ligação com a Venerável Fraternidade.

Irmãos da Rosa+Cruz são seres humanos que vivem pautados por princípios. Entre nossas regras, está a de vestirmo-nos de acordo com os costumes do local em que nos estabelecemos; isto é, não são os sinais exteriores que nos identificam, mas sim a conformidade da nossa conduta à tábua de valores do mais puro Cristianismo (por aludir à pureza de uma religião, poderia ter mencionado qualquer outra; nesse sentido, o Rosa+Cruz é de todo eclético).

Franz Hartman, um Irmão da Rosa+Cruz que organizou a "Irmandade da Rosacruz Esotérica" (herdada e reformulada por Krumm-Heller sob o nome de "Fraternitas Rosicruciana Antiqua") esboçou uma série de regras e deveres aos quais os membros da R+C estariam vinculados. Cito-os, omitindo os comentários (para conhecê-los, o leitor é convidado a ler a obra "In the pronaos of the temple of wisdom", facilmente encontrada, em Inglês, na rede mundial de computadores):

Regras dos Rosacruzes:

1 - Ama Deus acima de tudo;
2 - Devota teu tempo ao desenvolvimento espiritual;
3 - Não te prendas a ti mesmo;
4 - Sê temperado, modesto, enérgico e silente;
5 - Aprende identificar a origem dos METAIS dentro de ti mesmo;
6 -Mantém-te previnido contra os charlatões e enganadores;
7 - Vive em constante adoração do Deus vivente;
8 - Aprende a teoria antes de jogares-te à prática;
9 - Exercita a caridade para com todos os seres;
10 - Lê os antigos livros de sabedoria;
11 - Tenta compreender o sentido secreto de tais livros.

Deveres dos rosacruzes:

1 - Aliviar o sofrimento e curar os doentes sem remuneração;
2 - Adotar as vestes e os costumes do país em que vive;
3 - Encontrarem-se uma vez ao ano, em um certo local;
4 - Encontrar e preparar um sucessor;
5 - As letras R.C. são o emblema da Ordem;
6 - Manter a Fraternidade em segredo por 100 anos, a contar de sua fundação.

Características de um rosacruz:

1 - O rosacruz é paciente;
2 - O rosacruz é gentil;
3 - O rosacruz não conhece a inveja;
4 - O rosacruz não se gaba;
5 - O rosacruz não se prende à vaidade;
6 - O rosacruz não é desordeiro;
7 - O rosacruz não se prende à ambição;
8 - O rosacruz não é irritável;
9 - O rosacruz não pensa mal dos outros;
10 - O rosacruz ama a verdade;
11 - O rosacruz sabe manter-se em silêncio;
12 - O rosacruz acredita naquilo que lhe é dado conhecer;
13 - O rosacruz não se deixa subjugar pelo sofrimento;
14 - O rosacruz jamais deixa de ser membro de sua Sociedade.

Se tu, leitor, te identificas com essas regras e deveres e se crês que podes aperfeiçoar em ti esses traços característicos sem que violes teu íntimo, és um bom candidato a tomar assento em nossa Fraternidade. Do contrário, és humano, tanto quanto nós somos, e certamente haverá um outro caminho para ti.

ZadKiel R+

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

O Segredo Mau

Ao abrir esta postagem, quero indicar um enlace mais do que interessante, onde encontrareis obras e instruções até então siligosas de determinadas associações herméticas:

http://upasika.com/

Sendo, eu mesmo, Embaixador e Enviado Especial do Summum Supremum Sanctuarium, o que me leva a divulgar esse sítio, que contém instruções que, a princípio, não se destinavam ao grande público?

Em primeiro lugar, o que está descoberto deixou de ser segredo.

Em segundo lugar, é certo que o Rosacruz ama a Justiça. E não seria justo deixar desconhecido de alguns algo que está na rede mundial de computadores.

Em terceiro lugar, reporto-me às minhas mensagens anteriores: as organizações rosicrucianas (FRA, FRC, AMORC, Max Heindel, Lectorium, OKRC etc etc etc) não são mais do que potenciais - frise-se: potenciais - portas de entrada para a Augusta Fraternidade Rosa+Cruz. Nem todo membro de uma organização rosicruciana qualquer será, um dia, um membro da Fraternidade Rosa+Cruz e nem todos os membros de nossa Confraria pertencem, ou pertenceram, a qualquer grupo rosicruciano.

Não basta estar com a mensalidade em dia; não basta receber monografias; não basta passar por rituais de iniciação. É o teu conhecimento aliado ao entendimento e à ação que atrairão a atenção de nossa Confraria, e esse processo está obviamente condicionado ao emprego de teu Coração, de tua Mente e de teu Corpo, sem qualquer ressalva, na Obra de Nosso Senhor.

Em quarto lugar, reproduzo um antigo discurso, contra o qual alguns se revoltaram, quiçá por medo de perder aquilo que - tal como tudo o mais que há neste mundo - apenas acreditam que têm. Ei-lo:

"Essa história de que 'não estamos preparados' para isso ou para aquilo pertence a um tempo que já passou. Os segredos, hoje, servem muito mais para dar identidade e manter a coesão de grupos do que para preservar quem ou o que quer que seja.
O "segredo" das sociedades iniciáticas pode ser resumido na seguinte fórmula, tão cara aos adeptos da tradição rosicruciana: - "Invoca sempre; inflama-te em oração". Bulwer Lytton teve a doçura de inserir tal fórmula em seu Zanoni, sob as seguintes palavras: - "Os pensamentos das almas, como a minha, que aspiram aos ideais divinos, são constante prece". Tudo o mais é necessário, apenas, como instrumental para que se compreenda a verdade e o alcance dessa fórmula. Infelizmente, os instrumentos têm sido apresentados como o fim, como a Obra em si mesmo considerada.
Não há qualquer segredo da Maçonaria, ou da Rosa-Cruz, ou dos Templários, ou do que seja, que seja potencialmente prejudicial ao ser humano. O que o é está na manipulação que determinadas organizações impõem aos seus associados, deitando-os sob o jugo de um vingativo "Cósmico", "G.A.D.U.", "I.H.V.H", "IAO" e à espera de um segredo que jamais desvelar-se-á.
- "Isto não pertence ao seu grau."
- "Somente os Mestres Secretos têm acesso a esse conhecimento."
- "Não seja arrogante, pedindo informações que apenas os que percorrem a longa senda de nossa ordem provam-se merecedores de obter."
Quem nunca ouviu esse tipo de ladainha? Na presente época, o adágio deveria ser:"Quando o discípulo está pronto, o mestre... desaparece". É uma pena que ainda digam o contrário.

- "E daí", perguntam-me alguns.

E daí?. Muitos se assustam com a simplicidade. Muitos lucram com a complexidade. Muitos demonstram desdém. A minha mensagem é clara: tem começo, meio e fim. O "e aí" é para quem ainda acredita em fórmulas secretas e milagrosas que um dia irão ser reveladas; para os que ainda acreditam que existe uma Palavra a ser encontrada - rectius, para os que ainda pregam ou aceitam que essa palavra só pode ser comunicada a poucos eleitos, pois "meros profanos" não têm - apenas por serem profanos - pureza de caráter nem mérito para recebê-la; para os que acreditam que ostentar um título ou pertencer a uma ordem os põe mais próximo de Deus, do Diabo ou de ambos; para os que são manipulados pela "maldição do Cósmico" e se riem daqueles que, segundo julgam, são manipulados pelos cleros.

O segredo mau? É o segredo da ilusão imposta por quem não encontrou O Caminho e, ainda assim, apresenta-se como orientador dos seus semelhantes.

"E daí?": devolvo-te a pergunta, pois já não busco mais a resposta.

Me parece correto afirmar que o treinamento que as organizações sérias proporcionam têm o condão de pôr o estudante em contato com realidades mais sutis. Mas não é verdade que a intensidade da prática ditará a qualidade dos resultados. Assim como nas artes marciais, o hermetismo requer que se dedique de corpo e alma. Mas, da mesma maneira que treinar na academia do mais conceituado Mestre de defesa pessoal não fará de você, necessariamente, um lutador de excelência, a não ser que você (1) queira sê-lo, (2) pratique as técnicas, (3) entenda os conceitos e (4) realmente se dedique à luta corpo-a-corpo, também o mero ingresso em uma organização hermética, o simples recebimento de monografias ou a prática mecânica, por si só, não farão de você alguém mais próximo das coisas divinas (se preferir, mais conhecedor de si próprio).

O que tenho visto nestas décadas de envolvimento com sociedades herméticas - e que definitivamente me causa horror - é a maldita manipulação pela exacerbação da vaidade.

Eu - que tenho os mais altos graus de diversas sociedades iniciáticas e as mais alta ordenação em várias linhagens apostólicas da Santa Igreja Gnóstica - lhe digo: graus não garantem evolução ou espiritualidade; associações a ordens e instituições de caráter espiritualista não implicam incremento da espiritualidade; ingressar em uma escola iniciática não torna ninguém "o escolhido" nem melhor do que os profanos; receber títulos e ser investido de autoridade e poderes ínsitos a tais organizações não significa autoridade nem poder espiritual.
Na verdade, deve-se ser extremamente cauteloso, para que tudo isto não importe na total inutilidade da senda hermética.

Quem está verdadeiramente apto a dizer se essa ou aquela pessoa está "preparada" para a Verdade?A verdade soar como mentira é um fenômeno meramente humano e tem muito mais a ver com o condicionamento e o apego às "verdades pessoais" do que com profanação.
Ouça: a verdade, assim como o amor, sempre liberta, ainda que, por vezes, ambos pareçam fazer sofrer.

- "Louco! Como você ousa fazer tais afirmações e encorajar a violação dos segredos?", brada alguém.

Parece-me ser este o vício de quem acaba de bradar: se preocupar por demais com a forma e deixar a essência em segundo plano (sendo essa a minha impressão, jamais poderá ser uma verdade, sequer pessoal).
Alguém, sendo maçom, diria que eu quebrei um segredo se dissesse, aqui mesmo, "Maquebenáque" ou "Jabulom"?
Quero crer que não, porque, com essa grafia e sem as chaves numéricas, essas palavras nada significam: são mera forma. Mas, cá entre nós, o "segredo" por detrás dessas mesmas palavras seria assim tão potencialmente perigoso, caso os "profanos" o descobrissem? Caso positivo, perigoso para quem e por quê? No fundo, elas, postas no contexto correto, apenas podem ajudar o buscador a dar um passo em direção à verdade, seja esta qual for. Tais palavras jamais serão, elas próprias, "a verdade". Portanto, o segredo essencial não está nelas nem na grafia "sagrada" nem nos números: nestes estão apenas segredos formais e, portanto, inofensivos do ponto de vista estritamente iniciático. Dado o apego das massas à aparência, à forma e ao instantêneo e o desprezo da essência, do espírito e do trabalho árduo, ensinar alguém a invocar um arcanjo cabalístico ou a evocar um demônio goético é, no mais das vezes, totalmente inócuo.

- "Irresponsável! Como você afirma, Frater ZadKiel, que invocar um demônio é, no mais das vezes, inócuo?"

Respondo: irresponsável seria afirmar que um demônio pode se pôr a serviço da desgraça de alguém, sem a ajuda dos demônios internos dessa pessoa. Se é verdadeiro o postulado hermético de que uma partícula divina nos habita (ou, como diriam os adeptos de determinadas tradições, que somos, nós próprios, deuses), a conclusão lógica é a de que nenhum ser essencialmente espiritual, como anjos e demônios, tem a capacidade de nos mover para fora d'A Estrada.
Repare que a Tradição postula que as evocações sejam feitas diante do triângulo mágico. O magista, por seu turno, se põe dentro do Círculo. O círculo é a representação do universo do magista. O triângulo remete à tridimensionalidade. Quando alguém evoca um "demônio", ele supostamente se faz presente dentro do triângulo, fora do círculo. Isto deve ser suficiente à conclusão de que esse "demônio" é uma realidade do próprio magista, que, nos estágios iniciais da sua formação, necessita pô-la para fora de si, para vê-la, entendê-la e talvez empregá-la a seu favor.
Quem evocaria um demônio do dinheiro, senão aquele que está pobre? Quem determinaria a um demônio que ferisse outrem, senão o covarde que não tem coragem para, ele próprio, resolver o que esteja pendente com seu desafeto? Na verdade, está-se abrindo um diálogo com uma parte de si que reclama conserto (também estaria correto - talvez ainda mais - se dissesse "que reclama concerto"), e, nisto, a evocação demoníaca não se diferenciaria em nada das preces levadas a Santo Antônio, por "X", que deseja que o "Casamenteiro" lhe arrume um matrimônio com "Y".

Não há nada em Magia que faça da pessoa mais rica, mais sexy nem mais inteligente em um segundo. Se alguém quer tal fórmula mágica, ninguém não pode dá-la, simplesmente porque não existe, jamais porque não se queira divulgar um segredo. Posso entregar um grimório de magia nigérrima para uma pessoa que queira derrubar seu inimigo sem qualquer crise de consciência, porque sei que as conjurações não terão qualquer efeito. Sobre o tema, recomendo a leitura de "Envenenamento mental", de Spencer Lewis, ou o texto introdutório do "Goetia", de Crowley.

"Tudo está na mente", diriam alguns budistas.
"Conhece-te a ti mesmo", diriam os freqüentadores de Delfos.

Que fique bem entendido: é esse tipo de conduta que classifico de Segredo Mau: a insistência na existência de segredos não-instrumentais em relação à Consecução. Quando alguém prega que está de posse de segredos capazes de tornar instantaneamente o ser-humano mais rico, atraente etc, assume a velha figura do mago-de-faz-de-conta, aquele que quer fazer crer que a divulgação dos supostos "segredos" pode causar um mal mais do que terrível e, assim, postula-se num time de "eleitos", ou seja, de poucos confiáveis para conhecer a mecânica dos sortilégios. Essa gente quer, por assim dizer, que acreditemos que a sua própria estatura espiritual se sobrepõe à de nós outros.

Enfim, longe de fazer apologia da divulgação do material que ainda permanece secreto em determinadas organizações, o que digo é: (1) esses "segredos" não têm o condão de, por si só, causar mudanças instantâneas no mundo objetivo. Portanto, sua divulgação não causaria qualquer mal nem bem aos chamados "profanos": seria inócua, totalmente inócua; (2) os "segredos", no fim das contas, conduzem sempre à fórmula decantadas pelos adeptos rosicrucianos: "Invoca sempre! Inflama-te em oração!". Citei essa mesma fórmula na roupagem que Bulwer-Lytton lhe deu: "o pensamento das almas que aspiram aos ideais divinos são constante prece". Posso, também, dizê-la sob forma zen-budista: "Acordar, comer, andar... tudo é Ch'an". E assim por diante.

O Segredo Mau é o segredo da manipulação. Os demais, ou são instrumentais, ou simplesmente inócuos."

"What happens when you say something that makes people think? They become afraid of you, and they neutralize your message by pinning a label on you which is not open to interpretation or is a postmodern puzzle piece in the endless laybrinth of fragmented realities." (Peter-R. König)

domingo, 17 de fevereiro de 2008

Passeando por paragens virtuais, encontrei esta passagem em uma comunidade no Orkut. Que a leiam com coragem e resignação aqueles que aspiram ao ingresso na Fraternidade Rosa+Cruz, pois nela estão contidas verdades pouco aceitas e dificilmente divulgadas. E aqui vos dou uma pista: a verdade aparente se desvela primeiramente aos olhos e ao intelecto, mas é na contemplação do Liber Mundi e na meditação serena sobre o que está escrito que vós encontrareis a chave para a leituta correta da mensagem de Fulcanelli.

"A pretensa Confraria da Rosa-Cruz jamais teve existência social. Os adeptos portadores deste título são, apenas, irmãos pelo conhecimento e pelo êxito de seus trabalhos. Nenhum juramento os obriga, nenhum estatuto os liga entre si, nenhuma regra, além da disciplina hermética livremente aceita, voluntariamente observada, influencia o seu livre-arbítrio. Tudo o que se pode escrever ou contar, tirada da lenda atribuída ao filósofo Cawle, é apócrifo e digno até de alimentar a imaginação, a fantasia romanesca de um Bulwer Lytton. os Rosa-cruzes não se conheciam; não tinham sítio de reunião nem sede social, nem templo, nem ritual, nem marca exterior de reconhecimento. Não contribuíam com quotizações e nunca aceitaram o título, dado a certos autores irmãos, de cavaleiros do estômago: os banquetes eram-lhes desconhecidos. Foram e continuam a ser isolados, trabalhadores 'cosmopolitas' na mais estreita acepção do termo. Como os adeptos não reconhecem qualquer grau hierárquico, dali se segue que a Rosa-Cruz não é um grau, mas a única consagração dos seus trabalhos secretos, a da experiência, luz positiva, cuja existência lhes fora revelada por uma fé viva. Decerto, alguns mestres podem ter agrupado à sua volta jovens aspirantes, aceitado a missão de os aconselhar, dirigir, orientar os seus esforços e formar pequenos centros iniciáticos de que eram a alma, às vezes reconhecida, muitas vezes misteriosa. Mas afirmamos - e bem pertinentes razões nos permitem falar assim- que nunca existiu, entre os possuidores desse título, outro laço senão o da verdade científica confirmada pela aquisição da pedra [filosofal]. Se os Rosa-cruzes são irmãos pela descoberta, pelo trabalho [alquímico] e pela ciência, irmãos pelos atos e pelas obras, é à maneira do conceito filosófico, o qual considera todos os indivíduos como membros da mesma família humana..." (Fulcanelli, citado por Mauro Reli).

sábado, 16 de fevereiro de 2008

Estabelecendo limites à compreensão da postagem anterior

"A auto-aceitação é alcançada encarando-se vigorosamente os desafios da vida. Não te mortifiques em função de tuas provações e dificuldades nem construas barreiras mentais para excluir a dor da tua vida. Tu não encontrarás paz tentando escapar de teus problemas, mas confrontando-os com coragem: tu não encontrarás paz na fuga, mas na vitória"
(J. Donald Walters)

Se estás espalhando gentileza e felicidade, mantém atenção sobre isto: não queiras ser a pessoa boazinha, que está sempre se sacrificando em proveito da vontade alheia. Não sirvas como escravo, mas como Rei. Afirma tua autodeterminação.
E não te apoies na auto-ilusão de uma felicidade artificial, que nasce da fuga da realidade. Sê forte, pois grandes batalhas só são confiadas a grandes guerreiros. Lapida tua auto-aceitação.

Está escrito na Confissão de nossa Fraternidade que aqueles que nos procuram apenas para obter conhecimento não nos encontrarão. Isto porque o que precisamos é de quem esteja disposto a servir na Grande Obra de Nosso Senhor e ajudar na consecução dos objetivos que Ele traçou para o Colégio da Rosa+Cruz. Não precisamos de - nem queremos - aqueles que desejam somente ter acesso à nossa bibliotheca interna - mesmo porque, se é isso que queres, estás batendo na porta errada: nossos escritos não nos pertencem, e aquilo que nos pertence está escrito com tinta invisível, embora ostensivamente manifesto.

No mundo dos cinco, extraias três de quatro. De dois, faz um. O um, torna Nada. Para isso, deves primeiro reconhecer-te como estrela (a alusão é ao cinco, anteriormente mencionado, e ao pentagrama). No mundo dos seis, identifica-te com os sete; mais tarde, ruma ao Nada. Como verás, ambos os trabalhos entrelaçam-se. Para isso, porém, deves agir como o escultor, que quebra e se livra do excesso, até mesmo, do mais caro dos mármores, para assim revelar a sua Obra.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Rosa+Cruz desconhecida?

Meu primeiro contato com a Fraternidade Rosa+Cruz ocorreu há mais de 30 anos, quando a minha idade física (pressupondo-se que haja uma idade supra, extra ou metafísica) não chegava aos sete. Apesar de não dar a importância que o evento, apenas de acordo com a minha maturidade atual, merecia, aquele momento ficou gravado na minha mente por todos esses anos, e até hoje me recordo de tudo com precisão. Com o tempo, fui abençoado com a permissão de conhecer não apenas pessoas incríveis e de participar de todo tipo de grupo de cariz iniciático, mas também de estar em santuários, templos, mansões, oratórios e laboratórios da Confraria; mais: de banhar-me na fonte pura da energia da Casa do Espírito Santo. E posso garantir: a Fraternidade Rosa+Cruz está em todo e nenhum lugar; portanto, é conhecida e desconhecida. Todas as organizações rosicrucianas, para as quais confluem as correntes herméticas, alquímicas, cabalísticas e gnósticas, a representam, mas nenhuma a "presenta". Para todo aquele que, sendo merecedor, a busca, a Fraternidade se pronuncia - às vezes, silenciosa e veladamente, é certo, mas nesse momento a sensação é tão sublimemente única, singular e inefável, que não demora para que se compreenda o seu método de comunicação (o que não significa, porém, a compreensão da sua mensagem).
Por certo, não me é dado, querido leitor, levar-te ou a tua declaração de vontade ao Colégio da Rosa+Cruz, ou apresentar-te a qualquer um dos meus Irmãos mais velhos (sendo eu mesmo um dos mais novos entre os novatos). Também não me é dado instruir-te, pois o que tenho a dizer sobre tudo aquilo que extraí da aplicação das chamadas ciências sagradas é inútil para ti. Ai de mim! Já hoje, todo o acervo especulativo sobre o qual me debrucei por décadas não me é senão nostalgia... Mas vê: está tudo sobre o caminho. Sobre o teu caminho. Tu és o bastante: não acredites no contrário. Abraça esta oportunidade. Como? Sugiro-te começar pela prática da gentileza. Estampa um sorriso em teu rosto e sê gentil contigo e com o próximo. Assim, estarás curando um pouquinho do Mundo... e curar gratuitamente não é dever do Rosa+Cruz?
Certamente, a literatura descreve símbolos e signos mágicos capazes de operar maravilhas. Mas o que é um símbolo vazio, traçado por quem não o enxerga apropriadamente e, por conseguinte, desconectado de sua essência e desprovido da sua função (poderia dizer "de sua natureza") arquetípica? Sê tu mesmo o Pentagrama (de fato, o és) e começa a equilibrar os Elementos pela gentileza, sem abrir mão da firmeza e da autoridade que as situações eventualmente exijam de ti. Sente que o sorriso estampado no teu rosto também tem a ti por destinatário. Diz olá a ti mesmo(a) e deixa teu próprio ser sorrir-te de volta. Deixa também que cada sorriso, cada resposta de um "olá!", "bom dia!" ou "boa noite!" - de teu par, teus pais, teus filhos, teus amigos, teus colegas, teus superiores hierárquicos, teus subordinados, teus desconhecidos, de ti mesmo - seja uma fonte de felicidade para ti. Sozinho, sorri, então, ao mundo e ao próprio Universo, e captura todo sorriso, toda gentileza, que recebas de volta. Deixa que cada uma dessas respostas seja computada conscientemente por ti e sente-te merecedor(a) dessas gotas de felicidade. De fato, tu semeaste felicidade; mereces, pois, colher os dividendos da felicidade!
É por teus atos que a Fraternidade te conhecerá. Se semeias gentileza e és feliz, sem abrir mão da tua própria felicidade, certamente estás no caminho certo.
Que sobre ti caiam as bênçãos do Senhor da Iniciação!
ZadKiel R+