segunda-feira, 17 de janeiro de 2011


Mensagem aos Irmãos:


Rio de Janeiro, 14 de dezembro de 2010.


Paz, Tolerância, Caridade!


A iniciação é um processo constante: não começa nem se completa com a passagem por um ritual. Na verdade, desde que percebemos, pela primeira vez, que aspiramos aos ideais divinos (e mesmo antes disto!), estamos inseridos no processo de iniciação.

Seja qual for o caminho que decidamos trilhar, o coração sempre nos dirá se estamos seguindo nossa verdadeira vontade – aquela vontade silenciosa, divina em essência e natureza – ou os impulsos da curiosidade. Nisto reside uma das diversas expressões do amor consciente.

Quando, há mais de 25 anos, travei meu primeiro contato com rosacruzes e martinistas, meu coração imediatamente reconheceu que ali encontraria “o meu lugar”. Desde então, tenho me esforçado para honrar a oportunidade de ser um elo da cadeia iniciática: estudo, pratico, mantenho contato com Irmãos e Mestres de várias correntes iniciáticas, do Brasil e do exterior.

Porém, se há algo que aprendi é que nada disto tem qualquer valor, se não nos pusermos a serviço dos Seres de Luz e da Humanidade. Esse serviço nem sempre nos exige grandes feitos, mas tem por parâmetro mínimo a obrigação, alegremente assumida, de sermos bons pais, bons filhos, bons cidadãos, bons profissionais e, no seio de nossa Irmandade, bons irmãos.

Estaremos, desde os primeiros passos, sendo testados. Não que nossos irmãos profanos não o sejam, mas aquela obrigação, que assumimos espontaneamente, nos fará perceber, melhor do que ninguém, que há olhos invisíveis sobre nós. O que importa é que saibamos, nesses momentos de prova, que a Irmandade e sua energia estão sempre ao nosso lado.

Recentemente, como sabem os Irmãos, enfrentei um desses terríveis testes e vivi uma situação ambígua: ao mesmo tempo em que me percebi amparado, quer sobrevivesse ou não, também me vi apavorado diante da possibilidade de perder meu mais amado e precioso tesouro – meu querido filho, Diego.

E, naqueles momentos de aflição, a Irmandade se provou forte e verdadeira. Os anos de prática certamente me deram a serenidade e a força para, mesmo baleado, dirigir até o hospital e manter-me alerta, concentrado e (na medida do possível) tranquilo nos minutos cruciais. E a força de nossa egrégora, gentilmente ativada pelas orações e os pensamentos positivos dos Irmãos e Irmãs, certamente têm contribuído com a Providência para que o processo de recuperação de minha família se faça firme, seguro e eficiente.

Portanto, quero não apenas afirmar minha confiança, mas sobretudo expressar minha eterna e infinita gratidão ao Divino Senhor da Criação, às Irmandades Iniciáticas, aos Mestres do Passado – notadamente aos Mestres Martinez de Pasqually, Louis Claude de Saint Martin, Gérard Encausse, Aleister Crowley, Arnoldo Krumm-Heller e seu filho, meu saudoso instrutor Parsival Krumm-Heller – e a cada um dos Irmãos e Irmãs que compõem essas maravilhosas Correntes de Luz, Vida, Amor e Liberdade. Recebam, por favor, meu “muitíssimo obrigado” e os melhores votos de que floresçam Rosas em sua Cruz.

Fraternalmente,


Marcelo Alexandrino da Costa Santos

(S:::I::: R+)