terça-feira, 20 de maio de 2008

Reflexão

Nequaquam vacuum: não existe vácuo.
Entre o fogo e a chuva, entre a cruz e a rosa, algo de existência - ainda que sob a forma de não-existência - sempre habitará.O homem adota Deus, O faz à sua imagem, para sentir-se menos que homem.O homem renega Deus, troca-O por outra imagem qualquer, para sentir-se mais do que Deus.No centro, está o homem. E o que o homem faz consigo mesmo e com seus semelhantes?Em nome do "bem", os pretensos "bons" têm atentado contra tudo aquilo que, por ser diferente, aparenta ser uma ameaça. E nós, inimigos e vítimas inconscientes de nosso estado, McDonaldizamos a vida, nos agarramos ao que podemos e nos enredamos no que nos vendem.
Aos aspirantes à Augusta Fraternidade Rosa+Cruz, deixo esta reflexão e o convite a pensarem sempre fora do círculo.

domingo, 4 de maio de 2008

Vôo do espírito

Durante uma viagem, encontrei-me com um adepto que, ao me ver, fez a seguinte afirmação:
- "Para saber viver, é preciso saber morrer".
Engajamos uma longa conversa e não tardou para que as suas palavras, entonadas com um quê de mistério, fossem explicadas. Disse-me ele:
- "Somente conhece o mistério da Vida e compartilha plenamente das bênçãos de Nosso Senhor aquele que vive neste mundo e promove as mudanças necessárias à concretização da Grande Obra - agindo em prol da liberdade e da igualdade - e, ao mesmo tempo, transita, belo e seguro, pelo invisível. Sabe morrer aquele que, sem despojar-se das coisas da vida, esforça-se por conhecer diretamente o que há no mundo do além-forma. Conhecendo-o, estará familiarizado e seguirá serena e conscientemente seu rumo, mesmo quando estiver definitivamente despregado do corpo físico. E assim, não só viverá na terra, mas também além dela - não como um fantasma sem memória, mas como uma individualidade em harmonia com o Todo".
Lembrando-me dessa conversa, resolvi apresentar aos leitores dois exercícios, sugeridos pelo Irmão Manfred, da Áustria:

.1. Coloque duas cadeiras, uma na frente da outra, ligeiramente afastadas. Sente-se em uma delas, enquanto mantém seu olhar sobre a outra. Então, "solte-se", tentando sair (em seu corpo fluido) de sua cadeira e mover-se para a outra. Após algum tempo e algumas tentativas, você se perceberá sentado lá.
.2. Deite-se em sua cama e tente "soltar" o corpo astral respirando ritmicamente; tente flutuar até um local distante e dê uma olhada no que acontece por lá. Muitas vezes, é provável que você só consiga realizar este exercício a contento se já conhecer o outro lugar. Mas isso não deve ser frustrante, porque mesmo no estado de vigília total e utilizando-se do corpo físico, é mais fácil encontrar um lugar quando você conhece o caminho para chegar até ele.

Diz, ainda, nosso Irmão:

"O exercício mais básico para "soltar-se" consiste em tentar capturar conscientemente e relembrar o momento em que se entra no sono. Esse estado de transição, esse ponto entre o sono e a vigília, é o mais seguro ponto de partida para qualquer exercício espiritual.
É muito perigoso, porém (portanto desaconselhável), o uso de "atalhos" para "soltar-se", isto é, o uso de álcool ou de qualquer outra droga para facilitar a saída do corpo fluido. O verdadeiro adepto não precisa desses meios, pois tem o corpo e o espírito sob firme controle. Exercitar esse controle, afastando-se das drogas, é um requisito para o adeptado".

Uma boa semana a todos!

ZadKiel R+