quarta-feira, 29 de junho de 2011

Irmandade Invisível

Um dos questionamentos mais frequentes dos leitores deste blog diz respeito às afirmações sobre a existência de uma Irmandade Invisível. Decidi, portanto, dedicar algumas linhas ao tema, para que não persistam interpretações supersticiosas sobre minhas palavras.

Ressalta de nossos Manifestos que, no início, a Confraria da Rosa+Cruz era formada por um grupo de pessoas facilmente determinadas. Essas pessoas, no entanto, logo se separaram, mantendo o compromisso de reunirem-se apenas uma vez ao ano, na Casa do Espírito Santo. Misturaram-se e fizeram-se imperceptíveis, por amoldarem-se às culturas locais, cada qual encontrando, ao menos, um discípulo ao qual iniciava nos mistérios da Fraternidade.

Foi, assim, difundindo-se o Rosacrucianismo, de forma mais ou menos fiel à mensagem original, na medida em que sucediam-se as gerações e a mensagem era transmitida por pessoas que a entendiam de modo mais ou menos condizente com a ideia original, tal como exposta por nosso Pai CRC.

Grupos foram formados, de acordo com as preferências e inclinações de seus idealizadores. No seio desses grupos, a mensagem trazida pelo Pai CRC passou a ser disseminada por diferentes meios ou corpos doutrinários. Houve os que a veiculavam valendo-se das alegorias alquímicas; outros, da Cabala; outros, do hermetismo; outros, do gnosticismo; outros, da magia natural; e assim por diante.

Porque velada em alegoria, a mensagem foi, por muitas vezes, mal entendida. E, ainda assim, mesmo sem a intenção de fazê-lo de modo equivocado, foi propagada.

Houve, contudo - como há -, quem possuísse como que chaves para decifrá-la. Nem todos tinham todas as chaves, mas alguns tinham chaves que abriam certos portais, e outros tinham chaves diversas, capazes de abrir outras portas.

Ocorre que as divisões estabelecidas pelos muros erguidos ao redor dos grupos impediam os irmãos de ter acesso às chaves que lhes faltavam, muitas vezes acontecendo de um ou outro irmão sequer imaginar ou acreditar que havia outras portas e outras chaves.

Outros, porém, entendiam a naturalidade da multiplicidade e da diversidade, e, assim, compreendiam que qualquer verdade é apenas parcial. Sob o signo CR, estes comunicavam-se para além dos muros e, mesmo em outras paragens, reconheciam-se como Irmãos.

Ainda hoje é assim. Existem aqueles que não imaginam, não acreditam ou não aceitam a existência do "outro", crendo-se autosuficientes - como, de resto, lhes é de direito.

Existem, também, aqueles que, tendo atingido um certo grau de entendimento, imediatamente compreendem a Mensagem subjacente ao simbolismo que a envolve. A partir daí, entram em comunhão com almas que, como eles, aspiram aos ideais divinos, reconhecendo-as como companheiras de jornada, independentemente da denominação, linhagem, procedência, nacionalidade ou qualquer outro muro que estabeleça divisões.

Nada há de etéreo na Irmandade Invisível. Ela é formada por quem, tendo as letras CR gravadas em seu coração, compõe esse último grupo - cujos membros, dadas as facilidades do mundo moderno, atualmente reúnem-se na Casa do Espírito Santo, não uma, mas tantas vezes quanto julgarem necessário, prudente ou conveniente à Grande Obra, cuja tônica é o Serviço à humanidade.

O Servidor não trabalha para si, não visa à satisfação de suas vaidades nem está em busca de títulos, graus, distinções ou o que quer que, posto que ofertado pelas organizações "espiritualistas" destes e de outros tempos, apenas dividem, quando o propósito de uma Fraternidade deveria ser somar.

Portanto, os membros da Irmandade Invisível, não estando atados a signos de autoridade temporal, podem deslocar-se à vontade, comunicando-se como iguais - ainda que necessitem de traduções interculturais - e obrando em favor de seus semelhantes, sem pedir nem esperar qualquer retorno.

Estabelecer contato com essa Irmandade exige aspiração pura, prática diligente e serviço desinteressado. Não adianta procurá-la às cegas, pois é ela quem emite o chamado a quem está apto a ouvi-lo.

Espero ter, com estas linhas, lançado alguma luz sobre a questão.

Que floresçam Rosas em sua Cruz,

ZadKiel R+

terça-feira, 21 de junho de 2011

EMBAIXADA DO SUMMUM SUPREMUM SANCTUARIUM


E S C L A R E C I M E N T O

À luz das postagens anteriores, já está claro que, para além dos laços que me unem à Fraternidade Invisível - aquela que não possui templos ou sinais externos de reconhecimento -, tenho, também, vinculação com a manifestação visível da Irmandade, corporificada na organização conhecida como "Fraternitas Rosicruciana Antiqua", na qual fui iniciado pelo atual Comendador no Brasil, Irmão Tonapa R+, há cerca de 20 anos.

Está claro, também, que fui nomeado "Enviado Especial e Embaixador do Summum Supremum Sanctuarium" pelo Mestre Parsival Krumm-Heller, de saudosa memória, há uma década. Essa função, que nada tem a ver com a minha filiação à F.R.A. brasileira, lança sobre os meus ombros o peso de uma responsabilidade inesperada, impondo-me uma série de deveres perante meus Irmãos esparsos pelo mundo, sem conferir-me, todavia, a contrapartida dos direitos.

Portanto, não me cumpre - nem me seria lícita a correspondente pretensão - legitimar a atividade de não-iniciados ou grupos recém-formados valendo-me da função de Enviado Especial e Embaixador do S.S.S. ou de discípulo do filho do Mestre Huiracocha.

Isto significa que qualquer um que se escore exclusivamente no contato com a Embaixada do S.S.S. ou em minha relação com Parsival Krumm-Heller, visando a legitimar uma nova “linhagem” ou um novo “movimento” da Fraternitas Rosicruciana Antiqua, ou bem está enganado, ou bem está enganando.

A legitimidade de qualquer ramo ativo da Fra. R.C. Antiqua é verificada pela linha de sucessão, que une o atual Comendador ao Comendador Passado e assim sucessivamente, até chegar à figura de nosso Fundador, Dr. Arnoldo Krumm-Heller (Mestre Huiracocha), célebre Rosacruz alemão, que tinha especial carinho pela América Latina.

Este esclarecimento se faz necessário diante de rumores que tentam perturbar a paz de quem vive a serenidade do Eixo e efetivamente perturbam aqueles que vêm em graus e outros sinais de autoridade um brilho mais cintilante do que a luz secreta, que brota do Coração.

domingo, 19 de junho de 2011

HOY. PARSIVAL KRUMM-HELLER


É com espanto que percebo que alguns Irmãos desconhecem os mais elementares traços biográficos de meu saudoso Mestre e filho do Fundador da Fraternitas Rosicruciana Antiqua, Parsival Krumm-Heller.

Parsival recebeu intensa preparação, tanto por parte de seu pai, como por parte de grandes Mestres das ciências ocultas, tendo viajado pela Europa, África e Oriente Médio em busca de fórmulas e informações hermeticamente guardadas em Templos desconhecidos dos olhos dos profanos.

Após refugiar-se na Austrália, fugindo dos fantasmas do Nazismo, Parsival - que liderou a F.R.A. de 1949 a 1956 - dedicou-se ao estudo, ao desenvolvimento, à prática e ao ensino, para um pequeno grupo de discípulos, de fórmulas apontadas nas anotações de seu pai, o Mestre Huiracocha, e de outros Mestres, por este indicados como detentores do conhecimento arcano. Me orgulho de ter sido quem, após anos de insistência, convenceu o Mestre a abrir o seu conhecimento a um grupo, ainda que reduzidíssimo, de pessoas que conheciam sua conexão com a confraria da Rosa+Cruz.

Quis o Mestre Huiracocha que a instrução de Parsival se iniciasse sob a responsabilidade do Mestre Aureolus (Dionisio Ballester), o qual veio a instalar a Aula Mater da Espanha, em 1931. Aproveito, então, para transcrever a saudação feita pelo mesmo Aureolus a Parsival Krumm-Heller como Soberano Comendador Mundial da Fraternitas Rosicruciana Antiqua, logo após a transição do Mestre Huiracocha (Dr. Arnoldo Krumm-Heller). O texto foi gentilmente postado no "blog" do Irmão Rafnael R+, Soberano Comendador do México na linha de sucessão Huiracocha - Perez Hinojosa - Rafnael (cf. rafnaelrc.blogspot.com):

------------
FRATERNITAS ROSICRUCIANA ANTIQUA
HOY. PARSIVAL KRUMM HELLER
Dionisio Ríos Ballester (Aureolus)

En estos momentos de verdadera crisis moral, cuando parece ser que la humanidad solo se ocupa de cosas triviales, surge este joven Maestro a la palestra, para ponerse al frente de la Fraternidad Rosa Cruz Antigua, por orden “superior” y seguir las huellas de su antecesor, señalándonos el verdadero camino de acuerdo con la época que se avecina (Acuario).

Si el Maestro Huiracocha tuvo que luchar incansablemente para vencer las innumerables dificultades que salían a su paso, en aquellos tiempos, para poder cumplir la misión que le había sido asignada, no lo es menos que este joven Maestro, dados los tiempos que corren de crisis mundial en todos los valores, tendrá muchas más dificultades que su antecesor. Muy pocos conocen a este Maestro que hoy está al frente de nuestras labores. Yo que, por orden del Maestro Huiracocha, contribuía a su preparación en sus primeros pasos, sé quién es. Conmigo convivió cerca de un año y por aquel entonces ya pasaba por pruebas muy duras; ya apuntaban en él los destellos de la Maestría que había de ostentar en su día.

Luego tuvo que salir de España y viajar por Europa y Egipto adquiriendo nuevas experiencias, y después de pasar por todas las pruebas, y salir airoso de ellas, ahí lo tenemos bajo los efluvios del Maestro Huiracocha, dispuesto a seguir los pasos de él; laborando por el progreso de la humanidad.

Nosotros estamos orgullosos de él porque sabemos que cumple su nombre PARSIVAL – Per si val – EL HOMBRE QUE VALE POR SÍ MISMO.

Todos sus antecesores han cumplido así en su cargo de acuerdo con la época. Esperamos que este Maestro inyectará nueva savia a nuestras labores y con ello se dará un gran alcance al progreso. Todos los hermanos antiguos, lo mismo que los que ahora empiezan, deben prestarle su ayuda, su colaboración desinteresada, para facilitarle la misión que se le ha encomendado a este joven Maestro.

Por mi parte estoy dispuesto a colaborar de la misma forma que lo hice con su antecesor. Mi cariño, mi fe, mi lealtad la tendrá siempre".