Com a devida autorização, passo a transcrever algumas notas extraídas de um antigo diário encontrado na biblioteca do Colégio do Espírito Santo, escrito por um Rosa+Cruz identificado como "Irmão Poimandres".
Faço-o a pedido e sem alterar qualquer passagem. Escreveu o Irmão Poimandres:
"SOBRE A ÁRVORE DA VIDA
Véus de Existência Negativa (acima da Árvore da Vida):
Ain (Não) - O vazio absoluto.
Ain Soph (Ilimitado) - O eterno, no mais puro sentido: se nada há, não existem limites.
Ain Soph Aur (Luz Ilimitada) - O eterno movimento: quando não há limites, as coisas acontecem simplesmente porque não há motivos para não acontecerem.
Árvore da Vida:
AS DEZ ESFERAS (Sephiroth; singular: Sephirah):
Kether - coroa
Chokmah - sabedoria
Binah - entendimento
Chesed - misericórdia
Gebura - força - vontade em ação
Tipheret - beleza
Netzach - vitória - imaginação criadora - emoções elevadas
Hod - Esplendor - mente universal
Yesod - fundamento
Malkuth - reino
A árvore da vida apresenta Deus sob o ponto de vista decimal.
Polaridades: Kether é positivo em relação a Chokmah, que é positivo em relação a Binah e assim por diante.
Serpente Nechushtan: Sabedoria e Iniciação.
OS TRÊS PILARES:
Centro: equilíbrio e consciência: neutro e estático.
Direita: misericórdia: positivo e ascendente - Jachin.
Esquerda: severidade; rigor/forma: negativo e descendente - Boaz.
OS QUATRO MUNDOS (OU UNIVERSOS):
Atziluth - emanação, plano divino. Adoração.
Briah - criação, plano dos arquétipos, idéias, arcanjos. Ética.
Yetzirah - formação, plano dos anjos. Aprendizado.
Assiah (Malkuth) - produção, plano físico, sistema solar visível. Vivência.
Logos - Projeto (Atziluth)
Arcanjos - Plano (Briah)
Anjos - Ordem (Yetzirah)
Elementais - Execução (Assiah)
Arquétipos são imagens primordiais, simbólicas e originais, acumuladas de forte carga energética.
Adam Kadmon é o Logos, não o Adão expulso do Paraíso.
No plano de Assiah, atuam os Chacras do Mundo, os Espíritos dos Planetas. Por exemplo, o chacra de Geburah é Marte, que não deve ser confundido com o planeta Marte, pois trata-se da imagem mágica de Marte, e não da esfera planetária física.
Em Briah, o arcanjo tem sua contraparte no demônio.
Em Atziluth, não há bem nem mal, pois se está fora do "sistema solar".
A invocação das forças de Atziluth não pode ser feita, senão mediante os arcanjos do plano de Briah; caso contrário, a personalidade humana seria destruída.
OS QUATRO PLANOS:
Neschmah (Intelectual) - Kether, Chokmah, Binah.
Ruach (Moral) - Chesed, Geburah, Tipheret, Netzach, Hod.
Nephesh (Astral, Físico-Emocional) - Yesod.
Guph (Corpo Físico) - Malkuth: resumo de tudo.
No homem:
As esferas da árvore: qualidades, aspectos.
Os caminhos que ligam as esferas: estados de consciência.
Três Pilares: forças cósmicas.
Três aspectos do logos: Kether (Yechidah)/Vontade; Chokmah (Chiah)/Amor; Binah (Neschamah)/Mente.
Deve-se subir a árvore e retornar ao físico, pois de nada vale o conhecimento sem sua aplicação concreta, assim como a experiência sem o conhecimento. Subida e descida, portanto, não estão associadas a bem/bom/mal/mau.
Vel de Queshet - o abismo menor, entre Yesod e Tiphereth: a noite da alma, quando o iniciado caminha isolado. Após atravessá-lo, une-se a seu eu superior ou Sagrado Anjo Guardião.
Vel de Paroketh - véu do templo, por trás de Tiphereth: o que se rompe com a crucificação. É análogo a Daath, mas numa oitava inferior.
Daat ("A Falsa Sephirah) - Abismo entre Tiphereth e Kether, pelo Pilar Central, acima das esferas de Geburah e Chesed - A união entre as forças sutis e a matéria.
A árvore qliphótica (projetada abaixo da Árvore da Vida):
Os qliphoth (singular: qliphah; tradução: conchas ou meretrizes) são as águas do caos. São as energias desequilibradas.
A árvore qliphótica foi formada pelo excesso das forças emanadas de Kether, projetadas nas águas inferiores, abaixo de Malkuth.
Rituais:
Devem ser iniciados com a invocação do Deus correspondente e finalizados com uma ação de graças, como se o objetivo já houvesse sido alcançado. Antes, porém, da invocação, é necessário meditar sobre a forma espiritual da Sephirah, pois o ritual deve principiar no plano espiritual.
Mesmo que pareça infrutífero, o ritual começa por imprimir na aura o benefício; depois, vem a manifestação física.
Deus é imanente e transcendente a um só tempo: o homem é uno com Deus.
A Magia pode ser subjetiva (transmutação da consciência) ou objetiva (efeitos físicos visíveis).
No princípio, o requisito básico para o magista é a Fé; com o sucesso, esta transforma-se em Certeza.
Em Magia, a dúvida é fatal.
O relaxamento é necessário às mensagens internas.
AS SEPHIROTH:
KETHER
- A Coroa -
Manifestação primeira d'O Imanifesto.
Equivale a Parabrahman.
Associação planetária: Netuno.
Imagem mágica: um rei idoso, de perfil direito. O lado esquerdo é como um livro fechado.
Arcanjo: Metraton.
Ordem angélica: Chaio-ha-kadesh.
Chacra mundano: Reshit ha gilgalim - redemoinhos, nebulosas.
Chacra humano: coronário - Yeshidah - chispa divina.
Nome divino: EHEIEH, que se relaciona com Atziluth.
E - começo;
HE - cristalização;
I - frutificação.
EH - cristalização.
Kether contém a ideia oculta dos sefiroth subsequentes.
Quem atinge seu estágio, dele não retorna.
Experiência: união com Deus.
Os quatro ases:
Paus: poderes do fogo;
Copas: poderes da água;
Espadas: poderes do ar;
Ouro: poderes da terra.
A jornada evolutiva consiste em fixar a individualização da consciência, de modo que a chispa divina mantenha sua individualidade no final da evolução.
E HE I HE = "Eu estou sempre em transformação". Trata-se do aspecto manifesto: o aspectooculto de Deus não está em transformação.
CHOCKMAH
- A Sabedoria -
Manifestação do aspecto masculino de Kether.
Yod, Falo, Torre, Pedestal.
Imagem mágica: homem barbado, viril, maduro.
Nove divino: Jeovah.
Chacra mundano: Urano / Mazloth.
Experiência: visão de Deus.
Virtude: devoção.
Conhecimento da polaridade, simbolizado pelo Caduceu de Mercúrio.
Lado esquerdo do rosto.
Arcanjo: Ratziel (pilar cinza com azul), o "Arauto de Deus".
Anjos: Seraphim ou Rodas (rodas cinzentas com fundo negro).
Os quatro "dois":
Paus: dominação;
Copas: amor;
Espadas: paz;
Ouros: modificação harmonioza.
BINAH
- Entendimento -
A mãe da forma. Entendimento interno, além da razão.
"A Grande Mãe". Dá forma à manifestação.
É menos abstrato do que Chockmah.
Yoni, Cálice.
Completa o triângulo superno: Kether, Aleph, ar primordial; Chockmah, Shin, fogo gerador; Binah, Mem, grande mar.
Entendimento + Sabedoria = Conhecimento (Daath).
Chacra mundano: Saturno, o planeta da estabilidade, conservador.
Nome divino: Jeovah Elohim.
Virtude: Silêncio.
Arcanjo: Zaphkiel.
Anjos: Aralim (Tronos), Seres Poderosos.
Lado direito do rosto.
Os quatro "Três":
paus - força;
copas - abundância;
espadas - infortúnio;
ouros - trabalhos materiais.
Em Binah, habitat da mônada, a fé se torna certeza.
A chave da Magia é a criação de formas ou canais para a manifestação de forças, e Binah é a mãe da forma.
Zaphkiel é o guardião dos Arquivos Akáshicos. É corretor e retificador (Carma).
CHESED ou GEDULAH
- A Misericórdia ou a Glória -
Imagem: Rei no trono, pacífico e legislador.
Experiência: Visão do Amor.
Chacra Mundano: Júpiter.
Braço ou ombro esquerdo.
Representa o estado de consciência dos Mestres da Sabedoria.
Virtude: obediência (à vontade divina).
Símbolos: cubo, cetro, vara, esfera.
Nome divino: EL (Aleph: começo; Lamed: movimento, coração do alfabeto hebraico).
Arcanjo: Zadkiel.
Anjos: Chamas cintilantes. Invocados, equilibram a mente e propiciam o autocontrole.
Tarô: Quatro "quatros": Paus - obra perfeita; Copas - prazer; Espadas - descanso após a luta; Ouro - poder terreno.
Chesed/Gedulah faz fronteira com o Justiceiro: Geburah.
GEBURAH
- A Fortaleza -
Imagem: Rei em guerra, em seu carro.
Chacra mundano: Marte.
Símbolos: corrente (lentidão), açoite (dinamismo).
Experiência: Visão do Poder.
Virtudes: energia e valor.
Títulos: Din - Justiça- e Pachad - Temor (ao ser supremo).
Pentagrama.
Adeptos Maiores / Espíritos Luciferinos.
Nome Divino: Elohim Gibor.
Arcanjo: Khamael (Punidor).
Anjos: Serafins, Potesdades, Serpentes de Fogo (anjos obscuros).
Quatro "Cincos": Paus (luta), Copas (prazer perturbado), Espadas (derrota), Ouros (conflito terrestre).
TIPHERET
- A Beleza -
É o centro de equilíbrio da árvore sefirótica. Completa o triângulo ético.
Nome divino: Jeovah-Eloah-Va-Daath.
Arcanjos: Raphael (Divino Médico) e Miguel (Arcanjo Solar).
Anjos: Malachin, Reis ou Virtudes.
Chacra Mundano: o Sol.
Experiência: Visão da Beleza Manifestada na Natureza; Equilíbrio da Árvore da Vida.
Imagem: Um Rei Magestoso (Melek, marido de Malkah - título atribuído a Malkuth); uma Criança, filha de Kether. A grande Face, que Tipheret produz numa espiral inferior; um deus sacrificado, que é a morte de uma energia que renasce em outro nível.
É o mediador entre o micro e o macrocosmo; representa o ponto mais baixo da individualidade.
Virtude: realização da Grande Obra (Cristo Interno).
Peito; plexo solar.
Reis elementais relacionados com Tipheret:
Paralda - Ar; Niksa - Água; Djin - Fogo; Gob - Terra (os reinos, em si mesmos considerados, se encontram em Malkuth).
Sílmbolos: Cruz, Lâmen, Cubo, Pirâmide truncada.
Cartas: os Seis - Paus - vitória; Copas - alegria; Espadas - êxito merecido; ouros - êxito material.
Em Tiphereth, ocorre a experiência conhecida como o Conhecimento e Conversação do Sagrado Anjo Guardião.
(continua...)
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